Abstract
Alberti atribui a invenção da pintura a Narciso; e, por via do mito antigo, estabelece uma analogia entre a pintura (flor de todas as artes) e a superfície de água cristalina parada (espelho natural). Embora sejam ambas impalpáveis, a imagem pintada confere permanência ao reflexo aquático, fugaz. Componente de diversos materiais da pintura, a água é um meio privilegiado da aguarela, favorecendo com a diluição, as passagens, osmoses e fusões entre as formas e o esboroamento de matérias. Nas propostas artísticas contemporâneas aqui abordadas, a água (nos seus vários estados físicos; pura ou poluída) está, sobretudo, presente como realidade efectiva (matéria, suporte, médium, meio de imersão, lugar específico, força motriz passível de ser controlada, canalizada e armazenada). O foco de incidência dessas propostas é variável: ora visa as propriedades físicas da água ou a sua transformação – implicando (ou não) uma dimensão ecológica (recuperação e reutilização) – ora explora as potencialidades metafóricas desse elemento móvel, vivo e fluido, implicando (ou não) uma dimensão política.
Original language | Spanish |
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Title of host publication | Lecturas del Agua |
Subtitle of host publication | Un acercamiento interdisciplinar desde la cultura y el turismo |
Editors | Maria Sánchez, Sara Ávila, Natividade Pires |
Place of Publication | Madrid |
Publisher | Los Libros de la Catarata |
Chapter | 6 |
Pages | 110-120 |
Number of pages | 11 |
ISBN (Print) | 978-84-9097-208-3 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- Arte contemporânea
- Crise Ambiental
- Reabilitação cultural e ecológica
- Prática tradicional
- Comunidade