Abstract
À mulher, no meio musical oitocentista, nem todas as actividades profissionais lhe eram permitidas ou reconhecidas. Ser compositora, maestrina, musicóloga, ou intérprete, em instrumentos que não fossem o piano, ou a harpa, era algo de impossível ou excepcional, dado ser um terreno dominado pelos homens. Veja-se o caso de Fanny Mendelssohn que teve de abdicar da composição em benefício do irmão. Esta situação só se modificará a partir do final do século XIX, começo do século XX. É neste contexto que a figura pioneira de Josephine Amann (18401887), maestrina austríaca, se pode considerar um caso merecedor de reflexão e análise, por ter desafiado as convenções da época em meados do século XIX, ao apresentar-se à frente de uma orquestra feminina, com a qual percorreu muitos países da Europa e os Estados Unidos. Embora pouco se saiba sobre o impacto que as diferentes terras e públicos tiveram na sua vida durante as dezenas de anos em que dirigiu a sua Damenorchester, são muitas as notícias da impressão causada nos palcos onde actuou. O seu caso torna-se ainda mais paradoxal quando chega a Portugal e se apresenta em público, não só como compositora mas também como maestrina à frente de uma orquestra totalmente composta por homens. As reacções que a sua presença suscitou na sociedade portuguesa foram, todavia, equívocas. É sobre elas que nos debruçaremos, no período em em que decorreu a sua actividade em Lisboa, entre Fevereiro de 1879 e Maio de 1880.
Original language | Portuguese |
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Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 2016 |
Event | Colóquio Internacional Exiliência de mulheres no mundo lusófono (sécs. XX-XXI) - Universidade do Porto, Porto, Portugal Duration: 10 Nov 2016 → 11 Nov 2016 http://exiliencia.ilcml.com/pt/ |
Conference
Conference | Colóquio Internacional Exiliência de mulheres no mundo lusófono (sécs. XX-XXI) |
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Country/Territory | Portugal |
City | Porto |
Period | 10/11/16 → 11/11/16 |
Internet address |