Jesús Rubio Jiménez y Enrique Serrano Asenjo (eds.): El retrato literario en el mundo hispánico, II

Research output: Contribution to journalBook/Film/Article review

Abstract

Em resposta à escassa atenção que a crítica e a historiografia literária têm prestado às diversas modalidades de escrita retratística, Jesús Rubio Jiménez e Enrique Serrano Asenjo — duas referências dos estudos em literatura espanhola —, editaram em 2021 o II volume de El retrato literario en el mundo hispanico. Dezoitos novos estudos juntam-se, assim, aos vinte do primeiro volume editado, em 2018, pela Universidad de Zaragoza, dando conta do vasto repertório literário das literaturas hispânicas a partir dessa óptica.
Diversos textos representativos desse imenso manancial são abordados através de uma multiplicidade de leituras sobre diferentes modos de fazer e/ou entender o retrato. Com efeito, afigura-se cada vez mais complexo fixar hoje uma definição de retrato. Traduzindo esta falta de consenso, proliferam as designações e tipos de retratística (ou de pararretratística) nos ensaios e textos de crítica literária e de arte que, directa ou indirectamente, vêm abordando o assunto .
De acordo com Steve Neale, "os géneros são exemplos de repetição e diferença", argumentando que "a diferença é absolutamente essencial para a economia do género" (1980), pois a mera repetição não atrairia o público. Ou seja, e tal como afiança Daniel Chandler, se é certo que "escrever dentro de um género pressupõe fazer uso de certas convenções já 'dadas', toda a obra nele enquadrada envolve igualmente a invenção de novos elementos" (1997). Neste âmbito, impõe-se atender aqui ao incontornável texto “La loi du genre” (1986) de Jacques Derrida, para quem o género vive em permanente extravasamento. De acordo com o filósofo francês, nenhuma obra literária existe sem re¬ferência àquela lei e, no entanto, o seu próprio estatuto implica que ela se lhe não subordine, mas que a desloque ao afirmá-la. Para Derrida, a lei de género apoia-se num "princípio de contaminação", numa "lei da impureza", numa "economia parasita". Consite numa participação sem pertença; ou seja, algo que participa de mas não pertence a.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)105–113
Number of pages8
JournalRevista 2i: Estudos De Identidade E Intermedialidade
Volume4
Issue number6
DOIs
Publication statusPublished - 2022

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