Abstract
A observação e enunciação da música e do som como práticas sociais e instrumentos de poder e representação verifica-se em todas as épocas e quadrantes. Entre as primeiras narrativas sobre os poderes do som e o estado do conhecimento neste domínio na 3ª década do séc. XXI reconhecem-se preocupações comuns, repercutidas no tempo, e assinalam-se mudanças, particularmente no modo como se perceciona e constrói o saber. A multiplicidade de vozes associada ao pós-estruturalismo, à desconstrução, ao pós-modernismo, aos estudos pós-coloniais e culturais, herança da viragem linguística que cunha as últimas décadas do séc. XX, prospera agora em terreno fértil, expandindo-se pelos vários campos, e miradouros sobre a sociedade em rede. A investigação sobre música e som ganha competências interdisciplinares inauditas, remediando métodos antigos e propondo novos instrumentos intelectuais.
Decorrido quase um século sobre as primeiras e substanciais publicações de Adorno, há ainda tanto por fazer. Continuamos a escrever, a rever e rescrever o presente, ou os passados no presente, porque muitas margens continuam a ser margens e outros tantos centros permanecem dominantes. Estamos agora (os académicos da área da música) em várias partes do mundo, a publicar alguns dos ensaios mais inspirados e sistemáticos sobre uma multiplicidade de circunstâncias assentes na nossa experiência da música e respetivas textualidades.
Os dez capítulos do presente livro expõem aspetos de trabalhos de investigação em curso, com particular incidência em Portugal e no Brasil, nos sécs. XX e XXI. Exploram o modo como a música e o som colaboram na produção ou manutenção de padrões de interação social e agência estética, criando, legitimando ou disciplinando comportamentos. Enaltecem-se as descontinuidades, desrespeitam-se aspetos de linearidade histórica e explicações dialéticas. Discute-se a geração de grupos e redes de convicções, interesses e expectativas, perspetivas sobre o mundo observados entre dimensões históricas, materiais e simbólicas, estruturantes da ordem social. Produzem-se questões e abrem-se, assim o esperamos, janelas de pensamento.
Decorrido quase um século sobre as primeiras e substanciais publicações de Adorno, há ainda tanto por fazer. Continuamos a escrever, a rever e rescrever o presente, ou os passados no presente, porque muitas margens continuam a ser margens e outros tantos centros permanecem dominantes. Estamos agora (os académicos da área da música) em várias partes do mundo, a publicar alguns dos ensaios mais inspirados e sistemáticos sobre uma multiplicidade de circunstâncias assentes na nossa experiência da música e respetivas textualidades.
Os dez capítulos do presente livro expõem aspetos de trabalhos de investigação em curso, com particular incidência em Portugal e no Brasil, nos sécs. XX e XXI. Exploram o modo como a música e o som colaboram na produção ou manutenção de padrões de interação social e agência estética, criando, legitimando ou disciplinando comportamentos. Enaltecem-se as descontinuidades, desrespeitam-se aspetos de linearidade histórica e explicações dialéticas. Discute-se a geração de grupos e redes de convicções, interesses e expectativas, perspetivas sobre o mundo observados entre dimensões históricas, materiais e simbólicas, estruturantes da ordem social. Produzem-se questões e abrem-se, assim o esperamos, janelas de pensamento.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Convergências musicais |
Subtitle of host publication | Música, identidade e mundo |
Editors | Paula Gomes-Ribeiro, André Machado, Zuelma Chaves |
Place of Publication | V. N. Famalicão |
Publisher | Edições Húmus |
Pages | 11-26 |
Number of pages | 16 |
ISBN (Print) | 9789897557774 |
Publication status | Published - 30 Jun 2022 |
Keywords
- Convergência
- Sociabilidades
- Mundos artísticos
- Sociologia da música
- Sociedade em rede
- Gosto musical
- Música como ação
- Quotidiano