Abstract
Este estudo analisa a produção, usos e conservação de arquivos por seis famílias das elites portuguesas da baixa Idade Média/ primeira Época Moderna. Os conjuntos documentais encontram-se no fundo conhecido como «Arquivo Almada e Lencastre Bastos», composto por milhares documentos produzidos, recebidos e preservados por diversos grupos familiares entre os séculos XV e XX. A investigação teve em conta as seguintes linhas de abordagem: uma primeira, orientada para a história social, visou analisar os percursos dos vários núcleos familiares, as suas estratégias, os cargos que ocuparam e o papel que desempenharam no espaço social em que se inseriam, as relações que estabeleceram com a Coroa e/ou outras entidades, o património alcançado, os trâmites da sucessão de gerações; uma segunda, orientada para as atitudes face à constituição e gestão dos arquivos familiares, procurou caracterizar o papel estruturante dos arquivos no percurso das famílias, os significados e usos que lhes foram atribuídos no funcionamento da Casa e na construção e solidificação de uma memória e identidade partilhadas; por fim, demonstrar e explorar o interesse e o contributo que este tipo de arquivos pode trazer para o estudo e escrita da história das elites pré-modernas. A união destas linhas de investigação almeja consolidar o diálogo entre a História e Arquivística, incorporando na investigação suportes teóricos, conceptuais e metodológicos oferecidos pelos dois campos de investigação.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 1-20 |
Number of pages | 20 |
Journal | Revista de Guimarães |
Volume | Especial |
Publication status | Published - 2021 |