Abstract
Baseado em testemunhos femininos relativos ao período entre as décadas de 1940 e 1960, este texto procura dar um contributo para a compreensão da forma como a receção mediática por parte das mulheres portuguesas foi obrigada a encontrar o seu espaço de articulação com a vida quotidiana no interior do contexto constrangedor e da cultura patriarcal no Portugal do Estado Novo, nos termos da sua hegemonia moral e das rígidas fronteiras que impunha aos papéis de género. Através de entrevistas biográficas com mulheres nascidas nas primeiras décadas do regime salazarista, abordamos alguns modos de receção da rádio e da televisão na medida em que eles configuravam uma adaptação dos então ‘novos media’ a regimes censórios profundamente interiorizados no que respeita a comportamentos e relações de género.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 199-213 |
Number of pages | 14 |
Journal | Mediapolis – Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público |
Issue number | 7 |
Publication status | Published - 2018 |
Keywords
- rádio
- televisão
- receção
- género
- Estado Novo