Abstract
O funaná é uma prática de música e dança que foi criada pela população camponesa da ilha cabo-verdiana de Santiago no período pós-escravatura do final do século XIX. Originado nas performances de tocadores de gaita e fero em sociabilidades familiares e comunitárias, foi proscrito por administradores e clérigos durante o período final do colonialismo português. Após a independência de Cabo Verde, o interesse de jovens músicos por esta história marginal motivou a criação de novas estéticas de música popular. Apesar de gradualmente aceite no quadro de uma cultura oficial crioula promovida pelo Estado, o funaná permaneceu uma prática icónica de uma masculinidade entendida enquanto “africana”. Este livro situa o funaná na história social e política que liga Cabo Verde e Portugal entre o período colonial e a pós-colonialidade. Questiona em particular de que modo este género de música e dança foi historicamente racializado e que legados deste processo persistem no presente.
Translated title of the contribution | Funaná, Race and Masculinity: A Colonial and Post-colonial Trajectory |
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Original language | Portuguese |
Place of Publication | Lisboa |
Publisher | Outro Modo; Le Monde Diplomatique |
Number of pages | 422 |
ISBN (Print) | 978-989-54882-1-6 |
Publication status | Published - 5 Aug 2021 |