TY - CHAP
T1 - From periphery to Euroregion: foreign investment in olive groves in an Alentejo in times of change
AU - Neves, Bruno Miguel Almeida
AU - Pires, Iva
N1 - Pires, Iva M.; Neves, Bruno (2013), “From periphery to Euroregion: foreign investment in olive groves in an Alentejo in times of change”, In Place-Based Policies and Economic Recovery, Book of Proceedings of 19th APDR Congress, Universidade do Minho, Braga, pp. 1143-1153. 1363p. ISBN: 978-989-96353-8-8. | http://apdr.pt/data/documents/Proceedings_19_congress_1.pdf | http://www.apdr.pt/congresso/2013/index.html
PY - 2013/1/1
Y1 - 2013/1/1
N2 - O presente artigo tem como objetivo compreender a situação atual de mudança na cultura do Olival no Alentejo, num contexto nacional e as razões do crescente investimento estrangeiro que se tem observado recentemente neste tipo de cultura na Região, em especial de investimento espanhol. Apesar de nas duas últimas décadas a Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em Portugal Continental, estar a decrescer, na NUTS II Alentejo a tendência é inversa; no período entre 1989 e 2009, verificou‐se um aumento da SAU em culturas permanentes, nas quais se insere o olival. É também geral, e no Alentejo em particular, a tendência para um decréscimo do número de explorações agrícolas de olival com uma dimensão inferior a 50 hectares (ha) enquanto as de maior dimensão têm vindo a aumentar, bem como o número de tratores por exploração, entre outros tipos de maquinaria agrícola. Tanto o aumento da dimensão das explorações 1148 como a mecanização da agricultura são sinais evidentes de modernização do sector agrícola, com particular destaque para a olivicultura que ao mesmo tempo assiste a uma mudança no tipo de produção de cultura em modo tradicional para um modo de produção intensivo e, cada vez mais, superintensivo de regadio. Associadas a estas alterações estão as políticas agrícolas europeias, que ocorreram essencialmente nas duas últimas décadas, que visam o aumento da produção de azeite, conduzidas pelo aumento da procura, o que tem representado um estímulo à intensificação da atividade. No Alentejo, a construção da Barragem do Alqueva, que ficou terminada em 2002 mas só em 2010 atingiu o seu nível máximo, e de infraestruturas de regadio associadas foram igualmente fundamentais para apoiar esta transição para culturas mais intensivas. Este processo de intensificação e modernização do olival tem atraído capital espanhol, em especial das regiões vizinhas da Extremadura e da Andaluzia. No âmbito de um projeto de investigação mais amplo sobre relações de empresas em regiões de fronteira, importa compreender que impactes decorreram da eliminação do efeito de barreira das fronteiras entre os dois países ibéricos bem como da criação das Euroregiões Alentejo‐Algarve‐Andaluzia (EUROAAA) e Alentejo‐ Centro‐Extremadura (EUROACE) na facilitação de investimentos transfronteiriços. No artigo iremos utilizar dados estatísticos para observar a tendência recente de evolução do olival e de azeite bom como qualitativa resultante de um conjunto de entrevistas a actores‐chave locais desde autoridades locais, associações empresariais e empresários portugueses e espanhóis, realizadas entre Junho de 2012 e Junho de 2013. O nosso objetivo é fazer uma primeira abordagem do recente investimento espanhol no olival no Alentejo, do impacto desse investimento na região e das motivações dos investidores espanhóis para este tipo de cultura na região.
AB - O presente artigo tem como objetivo compreender a situação atual de mudança na cultura do Olival no Alentejo, num contexto nacional e as razões do crescente investimento estrangeiro que se tem observado recentemente neste tipo de cultura na Região, em especial de investimento espanhol. Apesar de nas duas últimas décadas a Superfície Agrícola Utilizada (SAU), em Portugal Continental, estar a decrescer, na NUTS II Alentejo a tendência é inversa; no período entre 1989 e 2009, verificou‐se um aumento da SAU em culturas permanentes, nas quais se insere o olival. É também geral, e no Alentejo em particular, a tendência para um decréscimo do número de explorações agrícolas de olival com uma dimensão inferior a 50 hectares (ha) enquanto as de maior dimensão têm vindo a aumentar, bem como o número de tratores por exploração, entre outros tipos de maquinaria agrícola. Tanto o aumento da dimensão das explorações 1148 como a mecanização da agricultura são sinais evidentes de modernização do sector agrícola, com particular destaque para a olivicultura que ao mesmo tempo assiste a uma mudança no tipo de produção de cultura em modo tradicional para um modo de produção intensivo e, cada vez mais, superintensivo de regadio. Associadas a estas alterações estão as políticas agrícolas europeias, que ocorreram essencialmente nas duas últimas décadas, que visam o aumento da produção de azeite, conduzidas pelo aumento da procura, o que tem representado um estímulo à intensificação da atividade. No Alentejo, a construção da Barragem do Alqueva, que ficou terminada em 2002 mas só em 2010 atingiu o seu nível máximo, e de infraestruturas de regadio associadas foram igualmente fundamentais para apoiar esta transição para culturas mais intensivas. Este processo de intensificação e modernização do olival tem atraído capital espanhol, em especial das regiões vizinhas da Extremadura e da Andaluzia. No âmbito de um projeto de investigação mais amplo sobre relações de empresas em regiões de fronteira, importa compreender que impactes decorreram da eliminação do efeito de barreira das fronteiras entre os dois países ibéricos bem como da criação das Euroregiões Alentejo‐Algarve‐Andaluzia (EUROAAA) e Alentejo‐ Centro‐Extremadura (EUROACE) na facilitação de investimentos transfronteiriços. No artigo iremos utilizar dados estatísticos para observar a tendência recente de evolução do olival e de azeite bom como qualitativa resultante de um conjunto de entrevistas a actores‐chave locais desde autoridades locais, associações empresariais e empresários portugueses e espanhóis, realizadas entre Junho de 2012 e Junho de 2013. O nosso objetivo é fazer uma primeira abordagem do recente investimento espanhol no olival no Alentejo, do impacto desse investimento na região e das motivações dos investidores espanhóis para este tipo de cultura na região.
KW - Alentejo
KW - Euroregiões
KW - Olivicultura
KW - Regiões Transfronteiriças
M3 - Chapter
SN - 978-989-96353-8-8
T3 - In Place-Based Policies and Economic Recovery
SP - 1143
EP - 1153
BT - Book of Proceedings of 19th APDR Congress, Universidade do Minho
PB - APDR
CY - Braga
ER -