Fotografia digital: Mudanças no modo de ver e nas rotinas de produção dos fotojornalistas portugueses, no início de um novo milénio

Translated title of the contribution: Digital photography: Changes in the way of seeing and in the production routines of Portuguese photojournalists at the beginning of a new millennium

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Abstract

O aparecimento do registo digital à entrada de um novo milénio veio, por diversos fatores, alterar o ato fotográfico e até o modo de ver dos fotojornalistas portugueses. Transferindo a analogia de guerra usada pelos fotojornalistas entrevistados para as rotinas de produção fotográfica, a geração “sniper” passou a partilhar o espaço de captura da imagem com a geração “metralhadora”. Enquanto na era do analógico, o momento de registo da imagem era um ato de concentração, sem espaço para o erro, uma vez que os rolos eram contabilizados, na era do digital, deixaram de existir constrangimentos no suporte quase infinito. De forma inconsciente, a racionalização
de meios de suporte, que existiu em todo o século XX e até ao aparecimento do digital, deu origem a uma geração de fotógrafos que, em dois ou três disparos do obturador da câmara, conseguiam obter a foto publicável. Ou seja, um “tiro certeiro”. Por outro lado, a geração que transitou ou nasceu no digital sempre teve consciência de que não é preciso limitar os registos fotográficos, pois podem ser quase infinitos. Na larga sequência de frames captados, estará “a foto”. Apesar desta aparente facilidade do digital, no momento de edição e tratamento da imagem, a tarefa tornou-se mais inglória. Este artigo, que surge da investigação de doutoramento “A Fotografia Documental na Imprensa Portuguesa: o real e o verosímil — Os últimos 30 anos de fotojornalismo em Portugal”, demonstra como o digital corresponde a um dos momentos de mais profunda mudança na história do fotojornalismo português e revela que transformações se viveram neste período, quer pela maneira como o fotógrafo passou a olhar e a posicionar-se perante o acontecimento como também pelas alterações nas rotinas de produção. Numa era que representou a democratização do próprio meio, fotógrafos profissionais tiveram de se tornar ainda mais corporativistas para proteger a sua área de trabalho das investidas dos amadores.

The appearance of the digital register at the beginning of a new millennium has, for several reasons, changed the photographic act and even the way of seeing of Portuguese photojournalists. Transferring the war analogy used by the interviewed photojournalists to the photographic production routines, the “sniper” generation started to share the image capture space with the “machine gun” generation. While in the analogue era, the moment of registering the image was an
act of concentration, with no room for error, since the film were counted, in the digital era, there are no longer constraints thanks to the almost infinite support.Unconsciously, the rationalization of means of support, which existed throughout the twentieth century and until the appearance of digital, gave rise to a generation of photographers who, in two or three shots of the camera shutter, managed to obtain the publishable photo. In other words, a “well-aimed shot”. On the other hand, the generation that changed to or was born in digital has always been aware that it is not necessary to limit photographic records, as they can be almost infinite. In the long sequence of captured frames, it will be “the photo”. Despite this apparent ease of digital, when it comes to edit and process the image, the task became more inglorious. This article, which arises from the doctoral research “Documentary Photography in the Portuguese Press: the real and the credible
— The last 30 years of photojournalism in Portugal”, demonstrates how digital corresponds to one of the most profound changes in the history of photojournalism Portuguese. It reveals that transformations were experienced in this period, not only because of the way the photographer started to look and position himself before the event but also due to changes in production routines. In an era that represented the democratization of the media itself, professional photographers had to become even more corporatist to protect their area of work from the onslaught of amateurs.
Translated title of the contributionDigital photography: Changes in the way of seeing and in the production routines of Portuguese photojournalists at the beginning of a new millennium
Original languagePortuguese
Title of host publicationPara uma história do jornalismo em Portugal II
EditorsCarla Baptista, Jorge Pedro Sousa, Celiana Azevedo
Place of PublicationLisboa
PublisherICNOVA – Instituto de Comunicação da Nova
Pages300-311
Number of pages11
Volume2
ISBN (Electronic)978-989-9048-05-8
ISBN (Print)978-989-9048-04-1
DOIs
Publication statusPublished - 2021

Keywords

  • Fotografia digital
  • História do fotojornalismo
  • História do fotojornalismo; a
  • Ato fotográfico e modo de ver
  • Digital photography
  • History of photojournalism
  • Analog vs. digital
  • Photographic act and way of seeing

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