Abstract
O “cordeamento” constituía um procedimento administrativo camarário corrente na gestão de Lisboa nos séculos XVII e XVIII1, que designava o auto de medição das fachadas e das vias públicas realizada pelo mestre ou medidor das obras da cidade utilizando por instrumento a vara de medir da marca da cidade2. Desta forma se garantia que as obras não tomavam nada do “público”, ou seja, procurava-se manter a largura das vias e fazer cumprir a regulamentação das fachadas. Todas as obras em edifícios ou muramentos de propriedades, desde que voltadas para o espaço público, ficavam, assim, sujeitas à submissão de uma petição a aprovar pelo Senado da Câmara, após a realização do cordeamento. Este procedimento aplicava-se, também, às casas religiosas.
O conjunto de Livros de Cordeamentos, conservado no Arquivo Municipal de Lisboa, é constituído por 39 volumes que registam as petições de privados, os despachos do Senado da Câmara e os autos de vistoria (ou de cordeamento) sobre obras a realizar nos edifícios da cidade. Cobrindo um arco temporal de quase dois séculos (1608 a 1789).
O presente artigo decorre da investigação realizada no âmbito do Projeto de I&D “LX Conventos. Da cidade sacra à cidade laica. A extinção das ordens religiosas e as dinâmicas de transformação urbana na Lisboa do século XIX”. Neste número dos Cadernos do Arquivo Municipal, realiza-se, pois, uma primeira abordagem ao tema com a publicação do índice da documentação de 1700 a 1750 relativa às casas religiosas de Lisboa.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 311-327 |
Number of pages | 17 |
Journal | Cadernos do Arquivo Municipal |
Issue number | 1 |
Publication status | Published - Jun 2014 |
Keywords
- Arquitectura religiosa
- Conventos extintos
- Lisboa
- Urbanismo
- Fontes documentais
- Época Moderna
- Século 18
- Senado da Câmara
- Cordeamento