Abstract
Educar a sexualidade na escola supõe criar as condições do encontro com o Outro, ter e unir os corpos, ligar seres
humanos e gerações, estar presente numa identidade de género, construir um território comum. Nestes encontros,
a fronteira da intimidade do outro é estabelecida a partir do momento onde as suas relações corporais, num
sentido muito amplo, se tornam objeto de transmissão para os outros. Na relação pedagógica o aspeto mais
acutilante está no encontro entre o adulto e o jovem, quando os corpos geracionais se unem e se reencontram
constantemente nas suas próprias interrogações sexuais, e onde o medo de transgredir as fronteiras do íntimo ou
do privado está bem presente.
Das tensões que parecem existir nestas fronteiras, por vezes híbridas e difíceis de gerir, os professores
manifestam a necessidade de salvaguardar as aproximações discursivas, gestuais e corporais, que mesmo sem
evidência de qualquer caráter de erotismo, se presumem sob suspeita de assédio ou de tentativa de abuso. Por
outro lado, os professores são confrontados pelo apelo, por vezes lancinante, das necessidades e preocupações
dos alunos. Paradoxalmente, esta interpelação corporificada no frente a frente, pode ser considerada como
intrusiva, reprimindo em vez de libertar. O que é antropologicamente acionado na co-presença do aluno quando
este se mostra vulnerável perante o professor? Que jogos de linguagem operam? Que jogos corporais mobilizam?
The sexual education in schools presupposes to create the conditions for the meeting with the Other, the connect
of human beings and generations, be present in a gender identity, build a common territory. In these meetings, the
frontier of intimacy is established from the moment their relations, in a very broad sense, become transmission
object to others.
In the pedagogical relationship the most important aspect is the meeting between the adult and the young, when
generations come together and reunite constantly in their own sexual questions, and where the fear of
transgressing the boundaries of intimacy is very present.
The tensions that seem to exist in these frontiers, hybrid and difficult to manage, teachers express the need to
preserve the discursive, gestural and body approaches, even without evidence of any erotic character, are
presumed under suspicion of harassment. On the other hand, teachers are confronted by the appeal of the needs
and concerns of students. Paradoxically, this interpellation in the face to face between young adult may be
considered intrusive. So, what is anthropologically activated in the presence of the student when it shows
vulnerable to the teacher?
humanos e gerações, estar presente numa identidade de género, construir um território comum. Nestes encontros,
a fronteira da intimidade do outro é estabelecida a partir do momento onde as suas relações corporais, num
sentido muito amplo, se tornam objeto de transmissão para os outros. Na relação pedagógica o aspeto mais
acutilante está no encontro entre o adulto e o jovem, quando os corpos geracionais se unem e se reencontram
constantemente nas suas próprias interrogações sexuais, e onde o medo de transgredir as fronteiras do íntimo ou
do privado está bem presente.
Das tensões que parecem existir nestas fronteiras, por vezes híbridas e difíceis de gerir, os professores
manifestam a necessidade de salvaguardar as aproximações discursivas, gestuais e corporais, que mesmo sem
evidência de qualquer caráter de erotismo, se presumem sob suspeita de assédio ou de tentativa de abuso. Por
outro lado, os professores são confrontados pelo apelo, por vezes lancinante, das necessidades e preocupações
dos alunos. Paradoxalmente, esta interpelação corporificada no frente a frente, pode ser considerada como
intrusiva, reprimindo em vez de libertar. O que é antropologicamente acionado na co-presença do aluno quando
este se mostra vulnerável perante o professor? Que jogos de linguagem operam? Que jogos corporais mobilizam?
The sexual education in schools presupposes to create the conditions for the meeting with the Other, the connect
of human beings and generations, be present in a gender identity, build a common territory. In these meetings, the
frontier of intimacy is established from the moment their relations, in a very broad sense, become transmission
object to others.
In the pedagogical relationship the most important aspect is the meeting between the adult and the young, when
generations come together and reunite constantly in their own sexual questions, and where the fear of
transgressing the boundaries of intimacy is very present.
The tensions that seem to exist in these frontiers, hybrid and difficult to manage, teachers express the need to
preserve the discursive, gestural and body approaches, even without evidence of any erotic character, are
presumed under suspicion of harassment. On the other hand, teachers are confronted by the appeal of the needs
and concerns of students. Paradoxically, this interpellation in the face to face between young adult may be
considered intrusive. So, what is anthropologically activated in the presence of the student when it shows
vulnerable to the teacher?
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Portugal, território de territórios |
Subtitle of host publication | Atas do IX Congresso Português de Sociologia |
Editors | João Teixeira Lopes |
Publisher | APS - Associação Portuguesa de Sociologia |
Pages | 1-14 |
Number of pages | 14 |
ISBN (Electronic) | 978-989-97981-3-7 |
Publication status | Published - 2016 |
Keywords
- Educação-sexual
- Íntimo
- Privado
- Público
- Sexual Education
- Intimate
- Private
- Public