Abstract
Com estreia a 21 de setembro de 1931 apenas para os participantes do V Congresso Internacional da Crítica, «Douro, Faina Fluvial», com menos de vinte minutos de duração, foi o primeiro filme realizado por Maoel de Oliveira, responsável de igual modo pela produção, argumento, sequência e montagem, com a parceria de António Mendes na fotografia. Apresentada sem qualquer tipo de banda sonora, a curta-metragem documental teve uma receção controversa, facto que motivou a exibição pública da obra, três anos depois, em agosto de 1934, tanto em Lisboa (Tivoli) como no Porto (S. João), juntamente com a apresentação de «Gado Bravo» (1934) de António Lopes Ribeiro. Para esta segunda versão, foi composta música especificamente para a obra cinematográfica, por Luís de Freitas Branco (1890-1955), compositor aconselhado por António Lopes Ribeiro a Manoel de Oliveira, depois da colaboração do primeiro em «Gado Bravo». Mais de sessenta anos depois, Manoel de Oliveira propõe uma nova versão, apresentada na Cinemateca Portuguesa, a 18 de junho de 1996: uma readaptação do filme, juntamente com uma nova banda sonora, desta vez «Litaines du Feu et de la Mer», de Emmanuel Nunes (1941-2012), obra para piano composta entre 1969 e 1971, não tendo sido inicialmente concebida para o documentário, ao contrário do que houvera sucedido no caso da colaboração com Luís de Freitas Branco.
Com a presente comunicação, pretende-se uma abordagem analítica da imagem e do som das várias versões de «Douro, Faina Fluvial» de Manoel de Oliveira, aqui encaradas com dimensões impossíveis de distanciar. Pretende-se, no fundo, e com um foco mais central nas duas versões musicadas (embora sem esquecer a versão muda), demonstrar como poderá a existência de várias hipóteses sonoras, talvez incompatíveis, gerar percepções diferentes do mesmo filme, ou levar-nos à perceção de três obras completamente distintas.
Com a presente comunicação, pretende-se uma abordagem analítica da imagem e do som das várias versões de «Douro, Faina Fluvial» de Manoel de Oliveira, aqui encaradas com dimensões impossíveis de distanciar. Pretende-se, no fundo, e com um foco mais central nas duas versões musicadas (embora sem esquecer a versão muda), demonstrar como poderá a existência de várias hipóteses sonoras, talvez incompatíveis, gerar percepções diferentes do mesmo filme, ou levar-nos à perceção de três obras completamente distintas.
Original language | Portuguese |
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Pages | 58-59 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 2016 |
Event | Manoel de Oliveira: A Poetics of Dissent - Universidade Católica, Lisboa, Portugal Duration: 7 Apr 2016 → 8 Apr 2016 https://oliveiraconference2016.wordpress.com/ |
Conference
Conference | Manoel de Oliveira |
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Country/Territory | Portugal |
City | Lisboa |
Period | 7/04/16 → 8/04/16 |
Internet address |