Abstract
Este texto resulta de um exercício elaborado em Julho de 2015 que visava, a um tempo, elencar a cultura material e visual asiática e, a outro, reflectir sobre as circunstâncias e razões que levaram a Infanta D. Maria a utilizar esses objectos e imaginário. Para tal seleccionei o único objecto de origem asiática que se sabe ter sido usado pela Infanta (um leque) e alguns mais exemplos de cultura visual (pintura e tapeçarias) que ajudaram à construção da imagem de D. Maria de Portugal como uma das mais ricas e núbeis princesas europeias do século xvi.
Os exemplos selecionados inscrevem‑se numa dinâmica processual que se poderia designar de “re‑apresentação”, isto é, mera demonstração discursiva invés de representação de algum outro, uma vez que recorre aos mecanismos de identificação dos próprios (europeus), sem preocupação pelo conhecimento, ou sequer reconhecimento, de qualquer das realidades asiáticas que se evocavam. O leque e a visualidade da Índia de que aqui se escreverá exprimem mais sobre a Infanta no seu contexto europeu e dinástico, que sobre a realidade asiática, fosse ela qual fosse.
Esta apresentação estruturou‑se num jogo em torno da palavra representação,
aqui entendida no duplo sentido de apresentação figurativa e de interpretação sobre a relação entre os “modos de ver” e os “modos de fazer”, ou, de acordo com o significado do verbo latim representare: ser a imagem de alguém, de algo.
Os exemplos selecionados inscrevem‑se numa dinâmica processual que se poderia designar de “re‑apresentação”, isto é, mera demonstração discursiva invés de representação de algum outro, uma vez que recorre aos mecanismos de identificação dos próprios (europeus), sem preocupação pelo conhecimento, ou sequer reconhecimento, de qualquer das realidades asiáticas que se evocavam. O leque e a visualidade da Índia de que aqui se escreverá exprimem mais sobre a Infanta no seu contexto europeu e dinástico, que sobre a realidade asiática, fosse ela qual fosse.
Esta apresentação estruturou‑se num jogo em torno da palavra representação,
aqui entendida no duplo sentido de apresentação figurativa e de interpretação sobre a relação entre os “modos de ver” e os “modos de fazer”, ou, de acordo com o significado do verbo latim representare: ser a imagem de alguém, de algo.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Viagens, Produtos e Consumos Artísticos. |
Subtitle of host publication | O espaço Ultramarino Português, 1450-1900 |
Editors | Isabel Soares de Albergaria, Duarte Nuno Chaves |
Place of Publication | Lisboa |
Publisher | CHAM |
Pages | 9-27 |
Number of pages | 19 |
ISBN (Print) | 978-989-8492-49-4 |
Publication status | Published - 2018 |
Event | Colóquio das Velas: Viagens. Produtos e Consumos Artísticos. O espaço Ultramarino Português: 1450-1900 - Misericórdia de Velas, São Jorge, Açores, Portugal Duration: 2 Jul 2015 → 4 Jul 2015 Conference number: 5 http://www.cham.fcsh.unl.pt/ac_actividade.aspx?ActId=259 |
Publication series
Name | CHAM eBooks | Debates |
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Volume | 3 |
Conference
Conference | Colóquio das Velas |
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Country/Territory | Portugal |
City | São Jorge, Açores |
Period | 2/07/15 → 4/07/15 |
Internet address |