Efeitos de Solução Salina em Rochas Ornamentais Silicáticas

Tamar M. Bortolozzo Galembeck, Joaquim António dos Reis Silva Simão, Zenaide Carvalho Gonçalves da Silva, António Carlos Artur

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Abstract

Os processos de alteração têm sido empiricamente relacionados à interação das características físico-mecânicas e petrográficas das rochas com os agentes ambientais e os procedimentos de fixação, limpeza e manutenção das rochas. Uma das patologias desenvolvidas nas rochas ornamentais utilizadas em ambientes de orla marítima refere-se à absorção de spray marinho, potencial degradador das mesmas. A avaliação deste tipo de degradação pode ser realizada através da simulação em laboratório por meio do ensaio de intemperismo artificial por exposição das rochas à névoa salina. As rochas estudadas, através do ataque com solução salina em superfícies polidas e levigadas, compreendem tipos silicáticos representadas pelas variedades Marrom Café (MG), um egirina augita-ortoclásio sienito com estrutura fluidal plástica, granulação 0,3 a 15mm, e de elevado fissuramento (com testes efetuados em superfícies paralelas e normais à estrutura de fluxo); Preto Piracaia (SP), monzonito cinza escuro a preto, discretamente foliado, protomilonítico, granulação de 0,3 a 4mm, e com baixo grau de fissuramento; Verde Pérola (ES), charnockito verde escuro, maciço, com fenocristais de ortoclásio de até 4cm, granulação 2 a 40mm, e alto microfissuramento; Preto Tijuca (RJ), um hiperstênio-quartzo diorito preto, maciço, granulação de 1 a 2mm, contendo ortoclásio e quartzo intersticiais, e com baixo grau de microfissuramento. Os efeitos do ensaio à névoa salina foram investigados através da evolução do peso das amostras e de observações das superfícies à lupa binocular. Todas as rochas sofreram redução na sua massa. As rochas Preto Tijuca e Verde Pérola foram as mais resistentes à perda de massa, o Preto Piracaia a menos resistente, e os sienitos registraram resistências intermediárias. A perda de massa expressiva exibida pelo Preto Piracaia é conseqüência de sua estrutura protomilonítica, com planos marcados pela presença de material pulverulento, principalmente filossilicáticos, facilitando a percolação das soluções e a cristalização de sal entre os planos, logo, abrindo-os e promovendo a remoção de minerais. As perdas de massa dos sienitos são reflexos de sua composição e/ou microfissuramentos, caso da egirina-augita com cristais muito craquelados, facilmente destacados da superfície da rocha. Valores mais elevados para o sienito com superfície normal à estrutura de fluxo podem ser devido à fácil percolação da solução salina entre os planos gerados pela justaposição dos cristais tabulares de ortoclásio. O Verde Pérola com menor perda de massa reflete a alta porcentagem de quartzo e menor de máficos. O Preto Tijuca com baixa perda de massa, semelhante ao Verde Pérola, deve a sua composição e textura, dada por minerais mais resistentes como quartzo e ortoclásio intersticiais e à biotita, que apesar de mais susceptível a alterabilidade, exibe contatos lobulados/engrenados com os demais minerais dificultando a penetração e percolação de fluidos na rocha. Ainda, verifica-se, certa semelhança na evolução de perda de massa da superfície da rocha polida e da levigada. Esperava-se que a menor degradação ocorresse para as rochas com superfícies polidas, pois a ação física do polimento levaria a um fechamento dos poros das rochas, o que inibiria a percolação da solução salina. Entretanto, para o Marrom Café com superfície normal à foliação e para o Verde Pérola as perdas de massa foram maiores para o caso das superfícies polidas. Para o Verde Pérola, a diferença é mínima, sendo que para o Marrom Café, com valores mais significativos, pode-se conjecturar que há maior facilidade de penetração de solução salina nos planos de foliação da rocha levigada, já que não há um fechamento dos poros como ocorre nas polidas, resultando em ganho de peso relativo pela cristalização do sal e, conseqüentemente, menor perda aparente de massa em relação à amostra polida.
Original languagePortuguese
Title of host publicationXI Simpósio do Sudeste 2007
Subtitle of host publicationXIV Simpósio de Geologia de Minas Gerais e X Simpósio de Geologia do Sudeste: [Boletim de resumos]
Place of PublicationMinas Gerais
PublisherSociedade Brasileira de Geologia
ChapterP59
Pages125
Publication statusPublished - 2007
EventSimpósio do Sudeste 2007: XIV Simpósio de Geologia de Minas Gerais e X Simpósio de Geologia do Sudeste: A Faixa Araçuaí e Suas Conexões, 30 Anos Após Almeida 1977 - Centro de Geologia Eschwege, Casa da Glória , Diamantina, Brazil
Duration: 1 Nov 20074 Nov 2007

Publication series

NameS5 - Recursos Minerais do Sudeste
NumberP59

Conference

ConferenceSimpósio do Sudeste 2007: XIV Simpósio de Geologia de Minas Gerais e X Simpósio de Geologia do Sudeste
Country/TerritoryBrazil
CityDiamantina
Period1/11/074/11/07

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