Abstract
No artigo faz-se a análise dos debates parlamentares sobre a questão colonial na câmara política portuguesa do tempo do Estado Novo, a Assembleia Nacional, e, mais especificamente, durante os anos da guerra colonial (1961-1974). O tratamento dos conteúdos levantados permite-nos defender e ilustrar a ideia de na Assembleia Nacional, apesar do interdito político imposto pela ditadura relativamente à guerra (a guerra não se discutia), encontrarmos o eco de reivindicações da elite colonial, ali mais fortemente representada desde 1961, e de o figurino das suas reivindicações nos demonstrar não apenas a interdependência entre as burguesias metropolitana e colonial, mas sobretudo aquilo que tinham de concorrencial e que se refletia em diferentes projetos para um futuro neocolonial. No caso, encontramos a defesa da posse da terra, o aumento da produção colonial, a disponibilidade de capitais, a alfabetização das massas e a formação de técnicos como componentes de um novo paradigma de exploração mais favorável às elites coloniais.
Translated title of the contribution | Echoes of competing colonial exploitation projects in the Portuguese National Assembly (1961-1974) |
---|---|
Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 111-124 |
Number of pages | 14 |
Journal | História Unisinos |
Volume | 22 |
Issue number | 1 |
Publication status | Published - 2018 |
Keywords
- Colonialismo
- Portugal
- guerra colonial (1961-1974)