Abstract
Na sua viagem ao Egipto em 1869, Eça de Queiroz teve oportunidade de observar festividades musicais nas quais actuavam figuras femininas, as quais foram preponderantes na recepção do Orientalismo literário e artístico na Europa. Trata-se das bailarinas egípcias, que Eça de Queiroz subdivide em almeias e ghawazi, à maneira da subcategorização funcional da época. No entanto, as suas descrições e observações críticas presentes tanto n’ «A Relíquia» como n’ «O Egipto», apesar de originais, não se desvinculam da tradição iniciada por Flaubert relativamente às suas "almées" (nomeadamente Ruchiuk-Hanem segundo a correspondência, que influencia notoriamente a Fatmé de Eça de Queiroz), não se dissociam da proliferação de descrições surgidas quer em periódicos, quer noutras obras de viagens da época, nem se distanciam da sensação que haviam já causado estas dançarinas dois anos antes na Exposition Universelle de Paris (1867).
Neste trabalho é analisada a visão orientalista da bailarina trazida por Eça de Queiroz à luz de materiais originais da época, relacionando a perspectiva do autor com a da recepção da bailarina egípcia na Europa orientalista da segunda metade do século XIX.
Neste trabalho é analisada a visão orientalista da bailarina trazida por Eça de Queiroz à luz de materiais originais da época, relacionando a perspectiva do autor com a da recepção da bailarina egípcia na Europa orientalista da segunda metade do século XIX.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 30-38 |
Number of pages | 8 |
Journal | Nova Águia - Revista de Cultura para o século XXI |
Issue number | 28 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Eça de Queiroz
- Orientalismo
- Egipto
- Dança Oriental
- Flaubert