Abstract
O Padroado Português correspondia a uma combinação de direitos, privilégios e deveres concedidos à coroa de Portugal pelo próprio papa, colocando sob sua alçada as missões e instituições eclesiásticas católicas nas diversas regiões, da África, Ásia ao Brasil. O período no qual o território submetido ao Padroado alcançou sua maior amplitude foi meados do século XVI, tendo como limite dois extremos, Brasil e Japão, onde foram fundadas duas importantes missões jesuítas. Diante da proposta de se perceber o impacto da escrita jesuítica entre as diversas sociedades se mostra pertinente nos debruçarmos sobre a Europa em diálogo com esses outros territórios, com especial destaque para a posição de Portugal nessa dinâmica. O país se tornou por primazia o receptor das informações, das gentes e dos produtos que vinham desses “outros mundos”, difundindo-os a partir do seu intermédio para o resto da Europa, boa parte a partir do filtro jesuítico. Nessa interação, os registros foram modelados a partir das experiências particulares de alguns missionários, somando-se aos conteúdos doutrinários e ideológicos do projeto civilizatório da Igreja, que se acumulavam ao longo da história e a partir dessa bagagem. As notícias circulavam, mesmo que a outro passo e ritmo.
No que diz respeito a missionação levada a cabo nesses extremos, não deixando de levar em conta as singularidades de cada missão, são perceptíveis em ambos os casos não apenas missionários que mesmo diante de um ambiente mais restritivo e ortodoxo seguiram pessoalmente uma postura
inovadora, no sentido de tentar formas de ação e inserção que quebravam com muitos dos velhos paradigmas, como, por outro lado, houve quem mantivesse uma posição mais conservadora mesmo existindo uma profusão das novas tendências de trabalho, muito voltadas para a adaptação e certa tolerância cultural. A partir dessas colocações questiona-se o peso do posicionamento individual do missionário nas medidas que vieram a ser assumidas e na configuração que tomou cada missão durante o Quinhentos, para o quê a epistolografia e os tratados são fundamentais.
A pesquisa vem a corroborar ou refutar a hipótese de que para o século XVI, mais do que uma diretiva da Companhia de Jesus e da Igreja, o desenvolvimento da campanha jesuítica (que influiu diretamente na presença da coroa em ambos os territórios) dependeu do posicionamento e das iniciativas individuais dos padres (ou de alguns padres). Para tanto, nos ateremos a alguns missionários
que de alguma forma foram destacadamente atuantes e representativos para a missionação em ambos os territórios ao longo do século XVI e cujos escritos tiveram relevante circulação, partindo de Manuel da Nóbrega até José de Anchieta no Brasil e de Francisco Xavier até Luís Fróis no Japão
No que diz respeito a missionação levada a cabo nesses extremos, não deixando de levar em conta as singularidades de cada missão, são perceptíveis em ambos os casos não apenas missionários que mesmo diante de um ambiente mais restritivo e ortodoxo seguiram pessoalmente uma postura
inovadora, no sentido de tentar formas de ação e inserção que quebravam com muitos dos velhos paradigmas, como, por outro lado, houve quem mantivesse uma posição mais conservadora mesmo existindo uma profusão das novas tendências de trabalho, muito voltadas para a adaptação e certa tolerância cultural. A partir dessas colocações questiona-se o peso do posicionamento individual do missionário nas medidas que vieram a ser assumidas e na configuração que tomou cada missão durante o Quinhentos, para o quê a epistolografia e os tratados são fundamentais.
A pesquisa vem a corroborar ou refutar a hipótese de que para o século XVI, mais do que uma diretiva da Companhia de Jesus e da Igreja, o desenvolvimento da campanha jesuítica (que influiu diretamente na presença da coroa em ambos os territórios) dependeu do posicionamento e das iniciativas individuais dos padres (ou de alguns padres). Para tanto, nos ateremos a alguns missionários
que de alguma forma foram destacadamente atuantes e representativos para a missionação em ambos os territórios ao longo do século XVI e cujos escritos tiveram relevante circulação, partindo de Manuel da Nóbrega até José de Anchieta no Brasil e de Francisco Xavier até Luís Fróis no Japão
Original language | Portuguese |
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Pages | online |
Publication status | Published - 2015 |
Event | XXVIII Simpósio Nacional de História: Lugares dos historiadores: velhos e novos desafios - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Florianópolis, Brazil Duration: 27 Jul 2015 → 31 Jul 2015 http://www.snh2015.anpuh.org/ |
Conference
Conference | XXVIII Simpósio Nacional de História |
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Abbreviated title | SNH2015 |
Country/Territory | Brazil |
City | Florianópolis |
Period | 27/07/15 → 31/07/15 |
Internet address |