Abstract
Nos últimos anos, têm sido profusamente questio- nadas as consequências para o jornalismo do alargamento do espaço público e da interação em rede, não raro articu- lando o envolvimento dos públicos na produção de conteúdos com a importância histórica outorgada aos media na demo- cratização do discurso. Perante a crescente abundância de evidências de que o nível de desrespeito e de incivilida- de gerado por essa participação é elevado, particularmente nos espaços de comentários à produção jornalística, muitas situações comunicativas deixaram de ser vistas pelo seu valor democrático. A toxidade prevalecente nestes fóruns normalizados nas rotinas organizacionais, tem colocado de- safios difíceis ao jornalismo, nomeadamente pela pressão que exercem sobre o processo produtivo e a autoridade pro- fissional, com frequência alvo de contestação. Raramente, no entanto, estes desafios têm sido pensados a partir de uma perspetiva de género, muito embora esteja documentado que o abuso online afeta desproporcionalmente as mulheres, em especial as mulheres com visibilidade pública, justamente o caso das profissionais jornalistas. Neste capítulo, refletimos sobre o assédio dirigido a mulheres jornalistas nos espaços de comentários online, problematizando, a partir de uma perspetiva feminista, as suas implicações na esfera pessoal e profissional, mas também nas liberdades de expressão e de informação e na justiça de género.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | De que falamos quando dizemos Jornalismo? |
Subtitle of host publication | Temas Emergentes de Pesquisa |
Editors | J.C. Correia, I. Amaral |
Place of Publication | Covilhã |
Publisher | LABCOM |
Pages | 129-148 |
Number of pages | 19 |
ISBN (Electronic) | 978-989-654-780-6, 978-989-654-781-3 |
ISBN (Print) | 978-989-654-779-0 |
Publication status | Published - 2021 |
Keywords
- Jornalismo
- Participação
- Feminismo
- Abuso online
- Journalism
- Participation
- Feminism
- Online abuse