Abstract
13 de março de 2020: a confusão, dúvida e medo instalam-se no Ensino Superior. Cancelam-se congressos e seminários presenciais, trocam-se os corpos pelas máquinas; a corporeidade pela descorporalização e desmaterialização; o toque pela distância. As instituições articulam-se.
Param para formar minimamente docentes para ministrarem aulas a distância ou para lhes dar tempo a aprenderem uns com os outros, via e-mail, telefone, SMS ou WhatsApp. Entraram no léxico quotidiano as palavras zoom, plataforma, sala virtual, chat, …. Usam-se ícones para expressar emoções … aprendeu-se com os estudantes – a tal geração que já nasce a saber usar as ferramentas e as plataformas digitais.
Todos nos reinventámos nos quotidianos – das máscaras, dos desinfetantes, aos graus de alarme social. Aprendeu-se para além da distância, galgaram-se espaços e fronteiras, que se esbateram, permitindo aos habitantes dos territórios remotos e semiperiféricos (com boa rede de internet), pela primeira vez, estarem tão perto da ação como os territórios mais centrais e com mais recursos. As semiperiferias ganharam. Já as periferias, onde a rede dificilmente chega ou não chega de todo, ficaram votadas a um duplo isolamento. Como os que vivem com maiores dificuldades – os que não possuem os computadores necessários ao contacto com o exterior e com o ensino formal, e/ou não possuem rede, e/ou não possuem eletricidade.
As minorias étnicas e indivíduos economicamente e socialmente excluídos tornam-se mais excluídos por via da pandemia, sentindo a incapacidade de acompanhar as matérias letivas, interagir com os pares, relacionar-se com as instituições sociais e acentuando, afinal, o fosso das desigualdades. E a pandemia ainda não se foi. Entretanto as crianças pequenas não veem
o rosto dos adultos educadores e, portanto, há competências que não adquirem; os adolescentes não vivem plenamente, os mais velhos aguardam ou partem, sós… Vamos entendendo o que se passa. O balanço far-se-á no tempo da história.
Param para formar minimamente docentes para ministrarem aulas a distância ou para lhes dar tempo a aprenderem uns com os outros, via e-mail, telefone, SMS ou WhatsApp. Entraram no léxico quotidiano as palavras zoom, plataforma, sala virtual, chat, …. Usam-se ícones para expressar emoções … aprendeu-se com os estudantes – a tal geração que já nasce a saber usar as ferramentas e as plataformas digitais.
Todos nos reinventámos nos quotidianos – das máscaras, dos desinfetantes, aos graus de alarme social. Aprendeu-se para além da distância, galgaram-se espaços e fronteiras, que se esbateram, permitindo aos habitantes dos territórios remotos e semiperiféricos (com boa rede de internet), pela primeira vez, estarem tão perto da ação como os territórios mais centrais e com mais recursos. As semiperiferias ganharam. Já as periferias, onde a rede dificilmente chega ou não chega de todo, ficaram votadas a um duplo isolamento. Como os que vivem com maiores dificuldades – os que não possuem os computadores necessários ao contacto com o exterior e com o ensino formal, e/ou não possuem rede, e/ou não possuem eletricidade.
As minorias étnicas e indivíduos economicamente e socialmente excluídos tornam-se mais excluídos por via da pandemia, sentindo a incapacidade de acompanhar as matérias letivas, interagir com os pares, relacionar-se com as instituições sociais e acentuando, afinal, o fosso das desigualdades. E a pandemia ainda não se foi. Entretanto as crianças pequenas não veem
o rosto dos adultos educadores e, portanto, há competências que não adquirem; os adolescentes não vivem plenamente, os mais velhos aguardam ou partem, sós… Vamos entendendo o que se passa. O balanço far-se-á no tempo da história.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | Livro de Atas 9.ª Conferência Internacional de Mediação Intercultural e Intervenção Social |
Subtitle of host publication | Vivência(s), Convivência(s) e Sobrevivência(s) em Contexto de Pandemia: Relatos e Experiências |
Editors | Ricardo Vieira, José Carlos Marques, Pedro Silva, Ana Maria Vieira, Cristóvão Margarido, Rui Matos, Rui Santos |
Place of Publication | Leiria |
Publisher | CICS.NOVA.IPLeiria/ESECS.Politécnico de Leiria |
Pages | 153-166 |
Number of pages | 14 |
ISBN (Electronic) | 978-989-8797-75-9 |
DOIs | |
Publication status | Published - Apr 2022 |
Event | 9.ª Conferência Internacional de Mediação Intercultural e Intervenção Social - Leiria, Portugal Duration: 27 Nov 2021 → 28 Nov 2021 |
Conference
Conference | 9.ª Conferência Internacional de Mediação Intercultural e Intervenção Social |
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Country/Territory | Portugal |
City | Leiria |
Period | 27/11/21 → 28/11/21 |
Keywords
- Pandemia
- Corpos
- Fronteiras
- Máquina