Diário de Bordo, Aspectos do Pensamento Contemporâneo, A Construção de um Saber Comum em Comum, um Percurso

Na verdade, mais do que um percurso de APC, pretendeu-se percorrer neste volume algo menos e algo mais do que uma disciplina ou seminário. É algo menos do que uma disciplina completa porque o mapa da contemporaneidade é de uma complexidade em dinâmica e contínua evolução; limitamo-nos aqui, portanto, a assinalar apenas alguns aspectos salientes. Além disso, recorde-se que uma área de indagação oriunda do âmbito das ciências sociais e humanas - como é o caso de APC - obedece à seguinte lei intrínseca: a construção de um saber orientado para o exterior (a pessoa, a comunidade, a sociedade, o mundo) e a elucidação do sujeito que realiza essa construção são na verdade actos correlatos e coevos. É algo mais porque, caro/a leitor/a, a aprendizagem (seja do/a estudante, seja do/a docente) não se restringe, nem a um programa, nem a objectivos pré-fixados e previsíveis. Aprender é sempre - também - a consubstanciação do próprio drama do existir. Um curso universitário é, desde sempre e também, um percurso vital. Por conseguinte, visite-se este volume ao modo de um mapa que convida a um espírito de itinerância aberta e de auto-descoberta. Nesta vida, cada leitor/a descobre em si a sua própria bússola. Friso novamente o facto de este volume constituir um percurso nosso realizado na companhia de muitos alunos. Não pretende ser um manual. É, sobretudo, um convite à leitura e à reflexão consoante os interesses de cada leitor/a. É, portanto, mais a autobiografia de uma itinerância pedagógica e pessoal nossa do que um percurso a seguir de modsequencial. Não há programa aqui; há, antes, a memória de um despertar sem fim.