Abstract
Diferente do santo da romaria, a que o santuário confere uma territorialidade devocional autónoma, o santo comunitário possui um território específico (o lugar ou freguesia) que a comunidade habita e vivencia.
Dele diverge, ainda, pela sua natureza de protetor da comunidade, face ao santo sediado no santuário que exerce as suas funções de patrono e advogado, de modo específico e individual, através dos devotos.
Mas, mais que protetor, o “santo da terra” é igualmente um pai e antepassado; constituindo a lenda da aparição da sua “imagem” (logo da sua manifestação/revelação aos Homens e, facto primordial, da sua vivência entre eles) um verdadeiro mito da génese da comunidade/aldeia. Muitas vezes, respeitando à lenda da constituição da capela/igreja; eixo umbilical em redor do qual se vem, depois, a implantar a povoação.
Na devoção, menos individualista (menos solicitado como interlocutor de promessas), o “santo da terra” tem a seu cargo a manutenção ou reanimação dos bons auspícios locais: proteger dos cataclismos e epidemias (humanas, animais e vegetais) e das ações, sempre nefastas, dos poderes externos e, ancestralmente, criar condições fertilizantes que propiciem as esperadas boas produções agrícolas e pecuárias.
Cujas primícias eram em tempos idos levadas à cabeça, como oferta votiva, por raparigas casadoiras (símbolos, também elas, de fertilidade potencial) com propósitos, naturalmente, propiciatórios.
Dele diverge, ainda, pela sua natureza de protetor da comunidade, face ao santo sediado no santuário que exerce as suas funções de patrono e advogado, de modo específico e individual, através dos devotos.
Mas, mais que protetor, o “santo da terra” é igualmente um pai e antepassado; constituindo a lenda da aparição da sua “imagem” (logo da sua manifestação/revelação aos Homens e, facto primordial, da sua vivência entre eles) um verdadeiro mito da génese da comunidade/aldeia. Muitas vezes, respeitando à lenda da constituição da capela/igreja; eixo umbilical em redor do qual se vem, depois, a implantar a povoação.
Na devoção, menos individualista (menos solicitado como interlocutor de promessas), o “santo da terra” tem a seu cargo a manutenção ou reanimação dos bons auspícios locais: proteger dos cataclismos e epidemias (humanas, animais e vegetais) e das ações, sempre nefastas, dos poderes externos e, ancestralmente, criar condições fertilizantes que propiciem as esperadas boas produções agrícolas e pecuárias.
Cujas primícias eram em tempos idos levadas à cabeça, como oferta votiva, por raparigas casadoiras (símbolos, também elas, de fertilidade potencial) com propósitos, naturalmente, propiciatórios.
Original language | Portuguese |
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Place of Publication | Lisboa |
Publisher | Apenas Livros |
Number of pages | 184 |
ISBN (Print) | 978-989-618-607-4 |
Publication status | Published - 2018 |
Keywords
- Festa
- Imagem
- Lugar
- Orago
- Promessa
- Santo
- Terra