TY - JOUR
T1 - Desvendando as baleias do Brasil, fantasmas na história global da baleação
AU - Vieira, Nina
N1 - info:eu-repo/grantAgreement/FCT/6817 - DCRRNI ID/UIDB%2F04666%2F2020/PT#
info:eu-repo/grantAgreement/FCT/6817 - DCRRNI ID/UIDP%2F04666%2F2020/PT#
UIDB/04666/2020
UIDP/04666/2020
PY - 2024
Y1 - 2024
N2 - As baleias são fantasmas da história e dos oceanos atuais. A sua captura por humanos em todos os oceanos do planeta resultou na redução drástica de populações naturais. No Brasil, a baleação comercial teve início em 1603 e foi praticada, por diferentes promotores e com diferentes estilos de captura, até 1986. Neste artigo, examina-se a atividade baleeira estabelecida em regime de monopólio entre 1614 e 1801, num cenário colonial, no qual, defendo, as baleias tiveram um papel e a sua caça constituiu um estímulo para a apropriação do território e dos recursos naturais. São aqui analisados os produtos e os seus usos no território brasileiro, bem como o seu envio para Lisboa, reforçando a importância destas mercadorias nas dinâmicas coloniais e na circulação atlântica. É discutida a forma como as pessoas perceberam o litoral e as atividades costeiras que se praticaram, e o seu impacto na construção física e emocional dos espaços. Abordamos a história da baleação da perspetiva da história ambiental marinha e da história dos animais, na tentativa de resgatar estes fantasmas oceânicos e de os incluir na construção de narrativas de respeito e de empatia pelas pessoas e por todos os outros animais protagonistas da história.
AB - As baleias são fantasmas da história e dos oceanos atuais. A sua captura por humanos em todos os oceanos do planeta resultou na redução drástica de populações naturais. No Brasil, a baleação comercial teve início em 1603 e foi praticada, por diferentes promotores e com diferentes estilos de captura, até 1986. Neste artigo, examina-se a atividade baleeira estabelecida em regime de monopólio entre 1614 e 1801, num cenário colonial, no qual, defendo, as baleias tiveram um papel e a sua caça constituiu um estímulo para a apropriação do território e dos recursos naturais. São aqui analisados os produtos e os seus usos no território brasileiro, bem como o seu envio para Lisboa, reforçando a importância destas mercadorias nas dinâmicas coloniais e na circulação atlântica. É discutida a forma como as pessoas perceberam o litoral e as atividades costeiras que se praticaram, e o seu impacto na construção física e emocional dos espaços. Abordamos a história da baleação da perspetiva da história ambiental marinha e da história dos animais, na tentativa de resgatar estes fantasmas oceânicos e de os incluir na construção de narrativas de respeito e de empatia pelas pessoas e por todos os outros animais protagonistas da história.
KW - História ambiental
KW - Atlântico Sul
KW - Brasil colonial
KW - Humanidades azuis
KW - História dos animais
U2 - 10.1590/2178-2547-BGOELDI-2023-0021
DO - 10.1590/2178-2547-BGOELDI-2023-0021
M3 - Article
SN - 1981-8122
VL - 19
SP - 1
EP - 22
JO - Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi : Ciências Humanas
JF - Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi : Ciências Humanas
IS - 2
M1 - e20230021
ER -