Abstract
Os videojogos e respectivas comunidades no mercado mainstream internacional
são largamente associados a um universo resistente à representação de códigos,
personagens e narrativas que não se integram no cânone heteromononormativo
que tem construindo a literacia audiovisual (Elferen 2016) dos seus utilizadores,
tendo sido, por isso, alvo de diversos escândalos e fortes críticas na última
década. Por outro lado, este formato audiovisual interactivo pode ser
considerado, desde o seu surgimento, como queer, não se traduzindo apenas
num catálogo de personagens e formatos de interacção tidos como diversos mas
sim na sua própria conceptualização e desenho, tanto por parte de quem os
produz como de quem os joga (Ruberg 2019). A música, enquanto recurso
estratégico para a representação e interpretação de identidades e narrativas
queer, tem um papel fundamental no acompanhamento das imagens e,
principalmente, na construção da relação de agência entre o jogador e o
universo virtual.
Circunscrito ao videojogo RPG Undertale (Toby Fox 2015), este trabalho
pretende reflectir e examinar determinados modos de funcionamento musicais
para a representação de queerness neste videojogo. Este caso de estudo é
particularmente pertinente para a reflexão acerca do papel da música na
estruturação de relações queer de jogabilidade entre o jogador e a narrativa, em
que a sua queerness é muito para lá de personagens no espectro não-binário e
de representação de identidades marginalizadas, e sim um design queer no
quadro da interacção e imersão musicais no progresso da narrativa e respectivas
consequências das escolhas tomadas.
são largamente associados a um universo resistente à representação de códigos,
personagens e narrativas que não se integram no cânone heteromononormativo
que tem construindo a literacia audiovisual (Elferen 2016) dos seus utilizadores,
tendo sido, por isso, alvo de diversos escândalos e fortes críticas na última
década. Por outro lado, este formato audiovisual interactivo pode ser
considerado, desde o seu surgimento, como queer, não se traduzindo apenas
num catálogo de personagens e formatos de interacção tidos como diversos mas
sim na sua própria conceptualização e desenho, tanto por parte de quem os
produz como de quem os joga (Ruberg 2019). A música, enquanto recurso
estratégico para a representação e interpretação de identidades e narrativas
queer, tem um papel fundamental no acompanhamento das imagens e,
principalmente, na construção da relação de agência entre o jogador e o
universo virtual.
Circunscrito ao videojogo RPG Undertale (Toby Fox 2015), este trabalho
pretende reflectir e examinar determinados modos de funcionamento musicais
para a representação de queerness neste videojogo. Este caso de estudo é
particularmente pertinente para a reflexão acerca do papel da música na
estruturação de relações queer de jogabilidade entre o jogador e a narrativa, em
que a sua queerness é muito para lá de personagens no espectro não-binário e
de representação de identidades marginalizadas, e sim um design queer no
quadro da interacção e imersão musicais no progresso da narrativa e respectivas
consequências das escolhas tomadas.
Original language | Portuguese |
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Pages | 33-33 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 2020 |
Event | II Encontro Internacional de Investigação de Estudantes em Música e Musicologia, - Universidade de Évora via ZOOM, Évora, Portugal Duration: 3 Nov 2020 → 5 Nov 2020 |
Conference
Conference | II Encontro Internacional de Investigação de Estudantes em Música e Musicologia, |
---|---|
Abbreviated title | II EINEM |
Country/Territory | Portugal |
City | Évora |
Period | 3/11/20 → 5/11/20 |