TY - JOUR
T1 - Desenvoltura e contestação
T2 - uma leitura do ensaio de Eduardo Lourenço sobre a ‘Nova Literatura’
AU - Neto, Carlos Conte
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UIDB/00657/2020
UIDP/00657/2020
PY - 2024
Y1 - 2024
N2 - Apresento neste artigo uma leitura do ensaio “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Álvaro de Campos”, publicado pela primeira vez em outubro de 1966 na revista O Tempo e o Modo, em que Eduardo Lourenço define e analisa um fenômeno literário que participa decisivamente do processo de transformação por que passaram a literatura e a cultura portuguesas na segunda metade do século XX. Por meio de um levantamento bibliográfico criterioso, procuro situar o ensaio de Eduardo Lourenço no contexto literário e cultural da época em que foi publicado, interpretá-lo à luz das principais leituras que dele foram feitas desde sua publicação e confrontá-lo com outras perspectivas sobre o mesmo fenômeno literário. Revisitando algumas das passagens do ensaio, analiso a “Nova Literatura” em sua relação com o neorrealismo, ainda hegemônico quando os novos ficcionistas entram em cena, tentando com isso definir aquilo que a singulariza: a sua dimensão moral. Por fim, explicito aquilo que julgo ser o eixo da argumentação de Eduardo Lourenço – a retomada, ainda que tardia, de uma tradição de contestação que age no “subconsciente nacional” – e faço duas breves considerações a respeito desse tema, enfatizando, por um lado, a especificidade do impulso libertador que remonta a Álvaro de Campos (mas que em outros textos Eduardo Lourenço admite ser-lhe anterior) e, por outro, o caráter inovador da prosa desenvolta, a “condição de devir” que segundo Rosa Maria Martelo é intrínseca a todo fenômeno da descendência literária.
AB - Apresento neste artigo uma leitura do ensaio “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Álvaro de Campos”, publicado pela primeira vez em outubro de 1966 na revista O Tempo e o Modo, em que Eduardo Lourenço define e analisa um fenômeno literário que participa decisivamente do processo de transformação por que passaram a literatura e a cultura portuguesas na segunda metade do século XX. Por meio de um levantamento bibliográfico criterioso, procuro situar o ensaio de Eduardo Lourenço no contexto literário e cultural da época em que foi publicado, interpretá-lo à luz das principais leituras que dele foram feitas desde sua publicação e confrontá-lo com outras perspectivas sobre o mesmo fenômeno literário. Revisitando algumas das passagens do ensaio, analiso a “Nova Literatura” em sua relação com o neorrealismo, ainda hegemônico quando os novos ficcionistas entram em cena, tentando com isso definir aquilo que a singulariza: a sua dimensão moral. Por fim, explicito aquilo que julgo ser o eixo da argumentação de Eduardo Lourenço – a retomada, ainda que tardia, de uma tradição de contestação que age no “subconsciente nacional” – e faço duas breves considerações a respeito desse tema, enfatizando, por um lado, a especificidade do impulso libertador que remonta a Álvaro de Campos (mas que em outros textos Eduardo Lourenço admite ser-lhe anterior) e, por outro, o caráter inovador da prosa desenvolta, a “condição de devir” que segundo Rosa Maria Martelo é intrínseca a todo fenômeno da descendência literária.
KW - Ficção portuguesa contemporânea
KW - Desenvoltura
KW - Contestação
KW - Nova Literatura
KW - Álvaro de Campos
U2 - https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i31p8-33
DO - https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i31p8-33
M3 - Article
SN - 2175-3180
VL - 16
SP - 8
EP - 33
JO - Desassossego
JF - Desassossego
IS - 31
ER -