Abstract
Desde os finais da década de 1940 que as teorias da secularização predominam nas discussões académicas sobre o lugar da religião nas sociedades modernas. Ao defender uma tensão inexorável entre os fenómenos da modernização e o desenvolvimento religioso, a secularização vaticina a diminuição da relevância social da religião. Todavia, com o crescimento de novos movimentos religiosos e de formas individualizadas de religiosidade ou espiritualidade, os pressupostos da secularização começam a ser criticados, sobretudo nas últimas décadas do século XX e nos inícios do século XXI. Esta crítica daria lugar a uma das suas principais e mais desafiantes alternativas teóricas – a individualização das crenças religiosas – proponente da ideia de que, mesmo com os avanços da modernização, a religiosidade individual mantém uma relevância constante, podendo inclusive ter desenvolvimentos positivos. É precisamente na análise desta alternativa e dos seus princípios basilares que esta investigação se foca. Assim sendo, propõe-se um estudo analítico-descritivo das principais sub-teorias da individualização. Em particular, das teses da privatização e religião invisível, do crer sem pertencer e da religião vicária, da espiritualidade reflexiva e da rutura na corrente de memória coletiva. Através do seu exame e comparação é possível compreender a organização da psique religiosa moderna e as suas implicações em matéria de atitudes, condutas e valores religiosos à escala pessoal.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 393-405 |
Number of pages | 12 |
Journal | Revista Lusófona de Ciência das Religiões |
Volume | 1 |
Issue number | 20 |
Publication status | Published - 2017 |
Keywords
- religião
- individualização
- privatização
- secularização