Decolonizing brazil: minor heroism in mário de andrade’s macunaíma

Este artigo pretende discutir o que está especificamente em jogo em Macunaíma no que diz respeito a uma característica épica marcada pelo protesto e pela não-conformidade. Por conseguinte, Macunaíma é visto como um herói representativo de uma cultura menor, não no sentido de ser uma cultura de uma minoria da população, mas antes no sentido de uma cultura de uma população menorizada, sujeita a um poder molar. Analisando como os aspectos paródicos e satíricos da narrativa se relacionam com algumas das lendas indígenas ali presentes, o argumento central deste artigo consiste na ideia de que Macunaíma se erige como uma crítica ao (neo)colonialismo cultural e econômico que (ainda) subjugava o Brasil no princípio do século vinte, ao mesmo tempo que desestabiliza a racionalidade, o realismo e o lógico-positivismo inerente às categorias de pensamento colonial.

This article intends to discuss what is specifically at stake in what concerns a possible epic feature found in Macunaíma marked by protest and non-conformity. As follows, Macunaíma is envisaged as hero who represents a minor culture, not in the sense of being the culture of a minority of the population, but rather in the sense of being the culture of a minoritized people, subjected to a grinding power. Analyzing how parodical and satirical aspects of the narrative relate to some indigenous legends, I argue that Macunaíma criticized the cultural and economic (neo)colonialism to which Brazil was (yet) subjugated in the early twentieth century, while destabilizing the rational, realistic and logical-positivist categories of colonial thought.