De Mercúrio a Zelo sem esquecer Moisés: Representação social, identitária e política dos agentes do tabaco em Portugal (séculos XVII/XIX)

A comunicação pretende abordar o universo dos contratadores e mercadores de tabaco (estanqueiros), nos séculos XVII e XVII, as suas origens sociais e geográficas, parentelas e confissão religiosa, esta última particularmente relevante para a centúria seiscentista, dada a presença significativa de cristãos-novos no comércio fumageiro, os cursi honorum e a busca por uma afirmação identitária e social (quer através da obtenção de familiaturas do Santo Ofício, como de insígnias de hábitos de ordens militares), o relacionamento com o centro político (sobretudo, com as instituições oficiais e magistraturas), a busca pela obtenção e conservação de regimes de privilégio, o relacionamento social e mercantil, as redes estabelecidas, especialmente no plano Ibérico e territórios ultramarinos dos impérios, os nexos de contaminação, as resistências e a conflitualidade face a outros grupos sociais, também eles intervenientes nas dinâmicas do negócio tabaqueiro (de forma legal e ilegal), bem como nos ordenamentos jurídico e militar, também estes presentes no contexto dos Espelhos de Mercúrio.