Abstract
Com os novos desafios que enfrenta o ensino da dança – entendendo a dança como um meio mas também como um fim -, a questão central que nos move é: como melhorar a aprendizagem? E esta é de facto, uma questão basilar. A dança, como uma forma de expressão estética e de elaboração artística em contexto educativo, é entendida como uma série de experiências cinestésicas, perceptivas e cognitivas, experiências que se pretendem significativas, coerentes e relevantes, facultando oportunidades de aprendizagem para os alunos em particular, mas também para os cidadãos em geral. Assim, incidimos neste Painel em quatro conceitos considerados de referência, no sentido de se evidenciarem por serem facilitadores da aprendizagem, nomeadamente: o conceito de ‘auto-regulação’, por permitir ou auxiliar os alunos a alcançarem o êxito ou sucesso perseguido; o conceito de ‘transferência’, e particularmente no que à integração da dança diz respeito e seu papel como ferramenta da aprendizagem para a educação em geral, isto é, a perspectiva da dança como meio; o conceito de ‘estabilidade’, dando sentido e destacando o papel, fundamental, da memória na aprendizagem; o conceito de ‘progressão’, visando a promoção de um nível de adequação das habilidades e das competências a adquirir. Cada um destes conceitos será assim o reflexo central de cada comunicação dentro deste painel. As comunicações irão abordar pois, de forma mais genérica: a avaliação; a interdisciplinaridade; as estratégias de comunicação; as progressões pedagógicas. Cada um dos conceitos irá ainda se centrar em distintas formas de dança em diferentes contextos, ou seja, a dança em sentido lato no âmbito educativo; a dança especificamente integrada no 1º ciclo do Ensino Básico; como ainda a dança, em contexto técnico, nomeadamente a nível da dança teatral Ocidental; por fim, no âmbito da dança tradicional portuguesa. É, portanto, uma análise da dança como experiência, que visa contribuir para uma construção articulada das aprendizagens, mas também como despoletadora ou mediadora da capacidade criativa e de imaginação dos alunos (Chappell 2007). Neste painel, importa ainda esclarecer que consideramos a dança, como um 'saber em uso', visando a aquisição de conhecimentos, de atitudes, valores e competências, que forneçam soluções para problemas, destacando as estratégias e a estruturação do pensamento do aluno, para a realização dos desafios que a educação coloca. É por isso que dança é mudança, visando alcançar competências gerais e específicas, fazendo a distinção entre "saber como se faz e ser capaz de fazê-lo" (Pakes 2003: 140). Por isso a dança deve ser uma actividade planeada, contextualizada, negociada e reflexiva ‘em acção e sobre a acção’. Avaliar a aprendizagem da dança, deve então ser sinónimo de conseguir capacitar, motivar mas também facilitar a descoberta de novas formas e realizações (Fernandes, 2005). Especificamente, este painel lida com questões como: a) como pode a dança ser uma ferramenta facilitadora da aprendizagem para os alunos? Como pode a dança ajudar a desenvolver as capacidades imaginativas e criativas dos alunos? b) O que implica uma abordagem tipo Pedagogia do Projecto versus Pedagogia por Modelagem? O que significa um "protocolo de pesquisa de movimento", nomeadamente no âmbito da didáctica da dança contemporânea? c) Qual o verdadeiro significado de ‘aprender a aprender’: que progressões para facilitar a aprendizagem de danças tradicionais no contexto educativo? d) Como pode a avaliação ser uma facilitadora da aprendizagem para que o "conhecimento em uso" contribua para a melhoria da aprendizagem? O que significa uma estratégia de “avaliação alternativa formativa "? Que círculo é então este, com infinitos lados, em que apenas quatro foram alvo de nossa análise e de reflexão? É este o empreendimento a que nos propomos no presente painel.
Original language | Unknown |
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Place of Publication | Lisboa |
Publisher | Edições Colibri |
Publication status | Published - 1 Jan 2012 |