TY - JOUR
T1 - Da ilha-refúgio ao espaço da xenofobia, num «arquipélago» de ambiguidade, na tragédia Les portugaiz infortunez, de Nicolas-Chrétien Des Croix (1608)
AU - Moniz, Antonio Manuel de Andrade
N1 - info:eu-repo/grantAgreement/FCT/5876/147248/PT#
UID/HIS/04666/2013
PY - 2018
Y1 - 2018
N2 - Utilizando o contributo teórico de autores como G. Voisset e Massimo Cacciari, além do de poetas como Horácio, Fernando Pessoa e Édouard Glissant, este estudo analisa a tragédia Les portugaiz infortunez, de Nicolas-Chrétien Des Croix, publicada em Rouen, em 1608. O naufrágio de Manuel de Sousa Sepúlveda, com sua mulher e filhos, além de 600 tripulantes e passageiros, no Galeão S. João, em 1552, na Terra do Natal, relato publicado na época em avulso e compilado no T. I da História trágico-marítima (1735), por B. Gomes de Brito, bebido na fonte do Historiarum indicarum, (Livro XVI) do padre G. Maffei (Florença, 1588) é o objeto da peça trágica. Após a peregrinação pelo litoral e pelo sertão, envolvendo cerca de 300 léguas, os náufragos são acolhidos na ilha do Inhaca por um régulo bom. Mas a desconfiança dos Portugueses leva-os a um imprudente afastamento da ilha até chegarem a Manhiça, onde são desarmados e desnudados, morrendo de exaustão e fome a maior parte deles. Finalmente, partem da ilha dos Elefantes para a ilha de Moçambique. À imagem da ilha-refúgio (Inhaca, Elefantes, Moçambique) sucede as da xenofobia, da desconfiança e do sacrifício expiatório. A imagem do «arquipélago», extensiva ao espaço continental (Manhiça), envolve de ambiguidade a receção aos náufragos que na peça são avaliados também no âmbito da ambiguidade: ambição colonialista versus anúncio evangélico.
AB - Utilizando o contributo teórico de autores como G. Voisset e Massimo Cacciari, além do de poetas como Horácio, Fernando Pessoa e Édouard Glissant, este estudo analisa a tragédia Les portugaiz infortunez, de Nicolas-Chrétien Des Croix, publicada em Rouen, em 1608. O naufrágio de Manuel de Sousa Sepúlveda, com sua mulher e filhos, além de 600 tripulantes e passageiros, no Galeão S. João, em 1552, na Terra do Natal, relato publicado na época em avulso e compilado no T. I da História trágico-marítima (1735), por B. Gomes de Brito, bebido na fonte do Historiarum indicarum, (Livro XVI) do padre G. Maffei (Florença, 1588) é o objeto da peça trágica. Após a peregrinação pelo litoral e pelo sertão, envolvendo cerca de 300 léguas, os náufragos são acolhidos na ilha do Inhaca por um régulo bom. Mas a desconfiança dos Portugueses leva-os a um imprudente afastamento da ilha até chegarem a Manhiça, onde são desarmados e desnudados, morrendo de exaustão e fome a maior parte deles. Finalmente, partem da ilha dos Elefantes para a ilha de Moçambique. À imagem da ilha-refúgio (Inhaca, Elefantes, Moçambique) sucede as da xenofobia, da desconfiança e do sacrifício expiatório. A imagem do «arquipélago», extensiva ao espaço continental (Manhiça), envolve de ambiguidade a receção aos náufragos que na peça são avaliados também no âmbito da ambiguidade: ambição colonialista versus anúncio evangélico.
KW - Ilha
KW - catarse
KW - ambiguidade
KW - xenofobia
KW - refúgio
KW - arquipélago
M3 - Article
SN - 2184-4097
VL - 1
SP - 22
EP - 30
JO - e-Letras com Vida
JF - e-Letras com Vida
ER -