Da análise prospetiva à construção da estratégia

O que podemos acrescentar sobre Estratégia e Planeamento Estratégico que vá além do business-as-usual? Esta pergunta, em jeito de desafio, incentivou a redação deste capítulo que pretende estimular a curiosidade do leitor para o mérito da Prospetiva no processo de Planeamento Estratégico. Em primeiro lugar, esta tem o condão de reinventar o processo de Planeamento Estratégico, levando-o além dos meandros da organização, permitindo uma abordagem de fora para dentro, mostrando o que antes não se via, mas que já estava lá. Assim, esses elementos contextuais (antes «invisíveis»), bem como as relações-chave entre «exterior» e «interior» da organização, passam a ser notórios e a integrar o Planeamento Estratégico. O resultado mede-se na capacidade de antecipação, rapidez e foco da reação, conducente a uma estratégia mais robusta, transparente, participada e partilhada. Com efeito, uma das mais-valias
da Prospetiva é contar com as perspetivas de diferentes atores, que contribuem para consolidar e credibilizar as suas conclusões. Por conseguinte, a participação ativa dos atores no planeamento estratégico gera uma inerente aproximação e envolvimento na estratégia da organização, tomando-a como sua também.
No presente capítulo identificam-se casos reais, que «falam português», de organizações (empresas e outras) e setores que, conjugando objetivos e realidades distintas, testemunham a pertinência da integração da análise prospetiva no planeamento estratégico do século XXI, os quais importa expor, analisar e repetir. Procura-se clarificar o que é a Prospetiva e como a mesma se posiciona em relação à Estratégia, os seus conceitos-chave e impactos, caraterizar o seu processo e abordar a construção de Cenários, escolas e metodologias.