Cultura clandestina, cultura de exílio e imagens subversivas no ocaso ditatorial português

A partir da abordagem dum conjunto representativo de imagens, este texto interpela os nexos entre repressão e censura políticas e culturas clandestina e de exílio no ocaso do “Estado Novo” português (anos 1960 a 1974), buscando evidenciar estas culturas como fuga libertária das primeiras. Demonstra-se ainda que a cultura clandestina se vinculou a grupos independentistas e de exilados, daí a ênfase em temas como o antifascismo, o anticolonialismo e o anti-imperialismo. Tais teses são comprovadas através da análise documental de exemplos de distintas proveniências, suportes (filmes, fotografias, cartazes, etc.), propósitos e redes institucionais e baseando-se na verificação crítica de estudos e de documentação dum conjunto alargado de entidades.

From the approach of a representative set of images, this text questions the nexus between political
repression and censorship and clandestine and exile cultures at the end of the Portuguese “Estado Novo” (1960s to
1974), seeking to highlight these cultures as a libertarian escape from the first ones. It is also shown that clandestine
culture was linked to independentist and exiled groups, hence the emphasis on themes such as anti-fascism, anticolonialism and anti-imperialism. Such theses are proven through a documental analysis of examples from different
sources, supports (films, photographs, posters, etc.), institutional purposes and networks and based on the critical
verification of studies and documentation of a wide range of entities.