Abstract
Estabelecendo um corte radical entre o homem e o animal, a tradição ocidental foi-nos ensinando, durante séculos, a lutar contra o animal que existe dentro de cada um de nós, reprimindo severamente a misteriosa e temível animalidade que nos habita. No entanto, o olhar interrogativo do humano sobre a sua animalidade latente ou refreada tem adquirido uma força renovada na literatura dos últimos anos. Gonçalo M. Tavares, com o seu livro animalescos (2013), faz parte desses escritores contemporâneos que cada vez mais se interrogam e refletem sobre o lado bestial do homem. Pretende-se, pois, com este estudo proceder a leitura crítico-interpretativa de animalescos, de modo a acompanhar o percurso narrativo do escritor português na sua viagem aos confins do humano, durante a qual se cruzará com Francis Bacon e Gilles Deleuze, numa perscrutante auscultação da alma humana e desvendamento do espírito animal do homem.
Translated title of the contribution | Corpus mobile: A descent into the confines of the human with Gonçalo M. Tavares |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 158-164 |
Number of pages | 8 |
Journal | Navegações |
Volume | 7 |
Issue number | 2 |
Publication status | Published - 2014 |
Keywords
- Body
- Movement
- Deformation
- Fragment
- Animality
- Movimento
- Deformação
- Fragmento
- Animalidade