Abstract
Hoje a historiografia reconhece que a prática dos banhos de mar e da ida à praia, com antecedentes na Antiguidade, surgiu no Ocidente em meados do século XVIII. Este é um fenómeno que começa por ter razões de índole estritamente terapêutica, mas que rapidamente se revela como uma prática de amplo significado cultural, envolvendo igualmente dimensões sociais, económicas e políticas. Em Portugal apenas na segunda metade do século XIX a vilegiatura balnear se consolidou do ponto de vista das mentalidades, da organização turística e do enquadramento político. O primeiro objectivo desta tese será traçar uma evolução do ir à praia em Portugal desde os seus primórdios até sensivelmente à década de 70 do século XX, atendendo a factores como o desenvolvimento económico e turístico, a urbanística e a legislação em torno desta prática. Durante a segunda metade do século XIX, algumas daquelas que hoje são praias de renome em Portugal conheceram o seu maior desenvolvimento como estâncias balneares. Procurar-se-á analisar que concepção do ir à praia foi desde este período fomentada pelos grupos sociais da burguesia, os quais estabeleceriam princípios de distinção social perante a generalização desta prática às classes populares. Esta concepção manter-se-ia durante uma boa parte do século XX, pelo menos até ao momento em que, virtude de fenómenos como a massificação do turismo, a expansão do turismo internacional e as novas concepções sobre o corpo, se desenvolveria um modelo de praia diferente do anterior, voltado para as férias, para o sol e para o lazer. É o objectivo desta tese analisar todas estas dinâmicas, situando-as depois num estudo de caso que pretende trazer alguma luz sobre as transformações operadas no turismo balnear em Portugal ao longo do século XX.
Original language | Portuguese |
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Qualification | Master of Philosophy |
Awarding Institution |
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Supervisors/Advisors |
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Award date | 1 Sept 2011 |
Publication status | Published - 2011 |