Abstract
Durante o I milénio a.C., a Assíria constituiu-se como a potência com maior extensão territorial no Médio Oriente Antigo, comportando, no seu auge, territórios desde a Anatólia às Montanhas dos Zagros e da Arménia ao Golfo Pérsico. Face à grande amplitude geográfica os assírios socorreram-se de instrumentos de natureza políticomilitar e diplomática que, aliados a registos textuais e visuais, consubstanciavam e efetivavam o seu poder.
De um ponto de vista ideológico, a ascensão de Aššur a líder do panteão era projetada na terra através do reconhecimento da soberania do seu representante: o rei assírio. As decisões reais, incluindo os atos militares, eram entendidos como desejo do próprio deus já que cabia ao governante executar os desígnios divinos. Assim, o objetivo da expansão era desenvolver o projeto de um mundo civilizado, dominado pelo rei da Assíria no plano terreno e pelo deus Aššur no plano divino.
Os territórios que ficavam para lá do seu domínio eram hostis, caóticos, selvagens, mas um espaço que era seu por direito. A guerra, legitimada como um meio para restabelecer a ordem e, simultaneamente, como instrumento simbólico de estruturação e monopolização da Assíria, tornou-se o lugar por excelência de contacto e encontro com o “não-assírio”.
A materialização iconográfica da figura real e dos seus feitos, enquanto ferramenta de apropriação de formas de ver e organizar o mundo, espelhava a diversidade de vivências históricas e culturais, coadjuvando as autodefinições de grupos e dos seus membros.
Neste sentido, a presente comunicação consiste na análise de baixos-relevos assírios que retratam “o outro” procurando entender de que forma é que estas representações assumiam um papel fundamental na orientação de condutas e práticas sociais, a fim de compreender as perceções que as próprias Antiguidades estabeleciam entre si.
De um ponto de vista ideológico, a ascensão de Aššur a líder do panteão era projetada na terra através do reconhecimento da soberania do seu representante: o rei assírio. As decisões reais, incluindo os atos militares, eram entendidos como desejo do próprio deus já que cabia ao governante executar os desígnios divinos. Assim, o objetivo da expansão era desenvolver o projeto de um mundo civilizado, dominado pelo rei da Assíria no plano terreno e pelo deus Aššur no plano divino.
Os territórios que ficavam para lá do seu domínio eram hostis, caóticos, selvagens, mas um espaço que era seu por direito. A guerra, legitimada como um meio para restabelecer a ordem e, simultaneamente, como instrumento simbólico de estruturação e monopolização da Assíria, tornou-se o lugar por excelência de contacto e encontro com o “não-assírio”.
A materialização iconográfica da figura real e dos seus feitos, enquanto ferramenta de apropriação de formas de ver e organizar o mundo, espelhava a diversidade de vivências históricas e culturais, coadjuvando as autodefinições de grupos e dos seus membros.
Neste sentido, a presente comunicação consiste na análise de baixos-relevos assírios que retratam “o outro” procurando entender de que forma é que estas representações assumiam um papel fundamental na orientação de condutas e práticas sociais, a fim de compreender as perceções que as próprias Antiguidades estabeleciam entre si.
Original language | English |
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Pages | 29 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - 2019 |
Event | International Congress ’In thy arms I lost myself’.: Images, Preceptipons and Productions in/of Antiquity - NOVA FCSH, Lisboa, Portugal Duration: 9 Oct 2019 → 11 Oct 2019 |
Conference
Conference | International Congress ’In thy arms I lost myself’. |
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Country/Territory | Portugal |
City | Lisboa |
Period | 9/10/19 → 11/10/19 |
Keywords
- Assíria
- Milénio a.C.
- Identidades
- Representação do outro
- Perceções