Abstract
Numa sociedade em tudo dominada pelas tecnologias digitais, as obras adquiridas pelos museus, nos últimos dez anos, incluemnaturalmente um número elevado de peças que fazem uso deste tipo de tecnologias. Alguns dos maiores museus de arte contempo-rânea do mundo, como a Tate, em Londres, o Museum of Modern Art (MoMA) ou o Guggenheim , em Nova Iorque, Começaram a constituir os seus departamentos para lidar com as especificidades da conservação deste tipo de obras, a que chamam time-based media art. São consideradas time-based media as obras criadas através de práticas e materiais variáveis, com recurso a tecnologias ou formas artísticas que têm como base o tempo. Este tipo de obras tem vindo a colocar desafios com potencial para revolucionar a maneira de pensar a conservação dentro e fora do museu, permitindo novas explorações teóricas e práticas sobre a preservaçãodo património em geral.
Miguel Soares,
LUZAZUL
, 2018, cortesia do artista
O que é
time-based media
?
São consideradas obras de
time-based media
aquelas criadas através de práticas e materiaisvariáveis, que recorrem a tecnologias ou a formasartísticas que se baseiam no tempo. Ao contráriodo que se poderia pensar, os formatos ou os me-dia não desempenham nenhum papel nesta de-finição, que surge, na realidade, da relação queestas obras estabelecem com o tempo. A duraçãofaz parte da sua própria natureza, uma vez queexperienciá-las é vê-las desdobrarem-se no tem- po, de acordo com a lógica temporal do meio emque são reproduzidas.Do ponto de vista da conservação, estas obraslevantam problemas complexos, uma vez que astecnologias que as suportam mudam rapidamen-te. Desta forma, as obras baseadas no tempo le-vam-nos a equacionar a relação entre conservaçãoe mudança, questionando até que ponto conser-var e mudar são ações em sentido oposto, tendo
Miguel Soares,
LUZAZUL
, 2018, cortesia do artista
O que é
time-based media
?
São consideradas obras de
time-based media
aquelas criadas através de práticas e materiaisvariáveis, que recorrem a tecnologias ou a formasartísticas que se baseiam no tempo. Ao contráriodo que se poderia pensar, os formatos ou os me-dia não desempenham nenhum papel nesta de-finição, que surge, na realidade, da relação queestas obras estabelecem com o tempo. A duraçãofaz parte da sua própria natureza, uma vez queexperienciá-las é vê-las desdobrarem-se no tem- po, de acordo com a lógica temporal do meio emque são reproduzidas.Do ponto de vista da conservação, estas obraslevantam problemas complexos, uma vez que astecnologias que as suportam mudam rapidamen-te. Desta forma, as obras baseadas no tempo le-vam-nos a equacionar a relação entre conservaçãoe mudança, questionando até que ponto conser-var e mudar são ações em sentido oposto, tendo
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 212-223 |
Number of pages | 11 |
Journal | Revista de Museus |
Volume | 1 |
Issue number | 2 |
Publication status | Published - 2019 |