Activities per year
Abstract
Quando em 1879, a Associação Música 24 de Junho visava, pela terceira vez, promover a realização regular de concertos “a grande orquestra” em Lisboa, convidando para a direcção das suas orquestras renomeados maestros estrangeiros, sucedia o seminal empreendedorismo de músicos-não afiliados para a organização de similares iniciativas concertísticas. Na década seguinte, os empreendimentos da corporação e de empresas proviam, em simultâneo, ou em exclusivo, o termo da temporada, com concertos pelas orquestras da corporação, dirigidas por maestros estrangeiros e por directores de orquestra portugueses, ou por orquestras estrangeiras. Porém, finda a iniciativa da Comissão de Concertos Clássicos da Associação Música 24 de Junho em 1888-1889, não mais tomou a corporação a iniciativa para a realização de concertos sinfónicos em Lisboa, tendo aliás em 1893 entendido como iniciativa especulativa mais viável a adjudicação do Teatro de São Carlos. Pese embora a relevante organização de uma série de “concertos a grande orquestra”, sob a direcção de Juan Goula pelo empresário (daquele teatro “italiano”) Giovanni Pacini, na qual participou a corporação, e ainda a iniciativa, em 1900, de um conjunto de melómanos e músicos amadores e dos músicos profissionais para preencher, como então confessava António Avelino Joyce, “aquela lacuna na nossa vida de arte”, parca foi a iniciativa e a participação dos “professores” de música nos “concertos a grande orquestra” da primeira década do século XX. Antes, foi a diligência de músicos amadores e empresários portugueses – tais como o Visconde S. Luís de Braga e Michel’Angelo Lambertini, entre outros – e estrangeiros que dotou o meio musical lisbonense dos mais notórios eventos daquele período: os concertos sinfónicos da Orquestra Filarmónica de Berlim (1900), sob direcção de Arthur Nikisch; da Orquestra Colonne (1903), regida pelo seu fundador Edouard Colonne; da Orquestra Lamoureux (1905), sob a direcção de Camille Chevillard; da Orquestra Filarmónica de Berlim (1908), dirigida por Richard Strauss; e a Orquestra Filarmónica de Munique, sob direcção de Joseph Lassalle (1910). A presente comunicação visa discutir a organização, realização e recepção daquelas séries concertísticas, e em especial a exibição das obras de Bach, Beethoven, Berlioz, Bizet, Borodin, Debussy, d’Indy, Dukas, Franck, Grieg, Händel, Haydn, Liszt, Massenet, Mendelssohn, Mozart, Saint-Säens, Schumann, R. Strauss, Tchaikovski, Wagner, Weber, entre outros, procurando assim aferir o seu contributo para a emergência de uma cultura sinfónica em Lisboa.
Original language | Portuguese |
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Pages | 51-52 |
Number of pages | 2 |
Publication status | Published - Nov 2017 |
Event | VII Encontro Nacional de Investigação em Música ENIM 2017 - Universidade do Minho, SPIM, Braga, Portugal Duration: 9 Nov 2017 → 11 Nov 2017 |
Conference
Conference | VII Encontro Nacional de Investigação em Música ENIM 2017 |
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Abbreviated title | ENIM 2017 |
Country/Territory | Portugal |
City | Braga |
Period | 9/11/17 → 11/11/17 |
Keywords
- concertos a “grande orquestra”
- Lisboa
- digressão
- cultura sinfónica
- empresas de espectáculo.
Activities
- 1 Oral presentation
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"Uma forma de apostolado que, em Portugal, só nos pode ser dada... por importação": Concertos sinfónicos por orquestras estrangeiras em Lisboa (1901-1910)
Rui Magno da Silva Pinto (Speaker)
Nov 2017Activity: Talk or presentation › Oral presentation