Activities per year
Abstract
Depois da restauração da independência, a Aula de Fortificação e Arquitectura Militar foi criada em Lisboa, em 1647. Várias classes e escolas seguiram-se em Portugal e nos seus territórios ultramarinos, consolidando um ciclo que terminaria em 1871, quando a Escola Mathemática e Militar, na Índia Portuguesa foi fechada. Esta comunicação propõe-se apresentar, discutir métodos e primeiros resultados de um projecto de investigação que, seguindo fluxos de conhecimento ao longo do tempo e observando os padrões e agentes na disseminação e circulação da tecnociência, pretende pensar o papel de Portugal e do Império português, num mundo cada vez mais interconectado e em rápido processo de mudança e transformação. Partindo de fontes bibliográficas do século XIX que incidem sobre os agentes (arquitectos, engenheiros e construtores) e a história das instituições administrativas e de ensino relacionadas com a formação do contexto construído do Império, olha-se para a rede de agentes do dispositivo colonial, ao longo do tempo e em
diferentes geografias, cruzando o mundo Atlântico e o Índico, para se entender as transformações técnicocientíficas ocorridas in loco. A dimensão territorial do Império português implicou a criação de um mecanismo pragmático de actuação e articulação entre diferentes campos do conhecimento científico, exercido por um dispositivo colonial de especialistas e instituições. Engenheiros militares, arquitectos e outros agentes, circularam por várias partes do império transportando consigo conhecimentos que aplicaram e adaptaram aos contextos locais, ao mesmo tempo que também absorviam e transformavam os dados que recolhiam. Pode-se constatar a circulação dos agentes, mas a percepção efectiva do conjunto alargado das relações internas entre estes agentes e os próprios meios de formação e a transformação em cada local está por ser feita. Levantam-se
assim questões relacionadas com a escala local/global do conhecimento, a forma, a causa e o efeito da difusão do conhecimento, a transformação ocorrida regionalmente e a relação entre o conhecimento teórico e o prático.
diferentes geografias, cruzando o mundo Atlântico e o Índico, para se entender as transformações técnicocientíficas ocorridas in loco. A dimensão territorial do Império português implicou a criação de um mecanismo pragmático de actuação e articulação entre diferentes campos do conhecimento científico, exercido por um dispositivo colonial de especialistas e instituições. Engenheiros militares, arquitectos e outros agentes, circularam por várias partes do império transportando consigo conhecimentos que aplicaram e adaptaram aos contextos locais, ao mesmo tempo que também absorviam e transformavam os dados que recolhiam. Pode-se constatar a circulação dos agentes, mas a percepção efectiva do conjunto alargado das relações internas entre estes agentes e os próprios meios de formação e a transformação em cada local está por ser feita. Levantam-se
assim questões relacionadas com a escala local/global do conhecimento, a forma, a causa e o efeito da difusão do conhecimento, a transformação ocorrida regionalmente e a relação entre o conhecimento teórico e o prático.
Original language | Portuguese |
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Pages | 36-37 |
Number of pages | 2 |
Publication status | Published - Nov 2019 |
Event | Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social: Circulações: entre o local e o global - Faro, Faro, Portugal Duration: 15 Nov 2019 → 16 Nov 2019 Conference number: 39 |
Conference
Conference | Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social |
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Abbreviated title | APHES |
Country/Territory | Portugal |
City | Faro |
Period | 15/11/19 → 16/11/19 |
Activities
- 1 Oral presentation
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Circulação, transformação e seus agentes: redes técnico-científicas no Império português (1647-1871)
Alice Caldeira Cabral Santiago Faria (Speaker) & M Pacheco (Speaker)
16 Nov 2019 → 19 Nov 2019Activity: Talk or presentation › Oral presentation