Abstract
Desde o início do presente século, os movimentos “acesso aberto” e “ciência aberta” passaram a integrar as preocupações das instituições científicas portuguesas. Tais iniciativas apresentam-se como “novas” formas de produzir e partilhar o conhecimento entre a comunidade científica e a sociedade, visando aumentar o impacto socioeconómico da ciência. No entanto, a verdade é que as preocupações com a difusão da ciência são tão antigas como a própria ciência moderna. Neste artigo, pretendemos dar a conhecer o contexto de emergência de instituições, espaços, agentes e meios de comunicação científica na província do Algarve, concentrando-nos na Sociedade Agrícola do Algarve e no estudo do período da sua constituição (1848-1850). Apoiamo-nos na metodologia qualitativa, suportada pela investigação documental para procedermos à revisão de literatura e identificarmos as fontes de informação primária, cuja análise e seleção nos permitem identificar o quadro organizacional, a missão e fins da Sociedade, o grupo de sócios fundadores, a agenda e os meios de ação definidos. Concluímos que, no dealbar da segunda metade do século XIX, o Algarve construiu uma geografia e uma comunidade do Saber, com amplitude municipal, que teve na Sociedade Agrícola do Algarve o centro de referência para a produção e disseminação do conhecimento cientificamente dirigido, fortalecendo o processo de co-construção de uma província e de um país mais prósperos e culturalmente mais desenvolvidos.
Translated title of the contribution | Science and Society: the contribution of the Agricultural Society of the Algarve (1848-1876) to the development of scientific culture |
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Original language | Portuguese |
Pages (from-to) | 1-25 |
Number of pages | 25 |
Journal | Anais do Município de Faro |
Volume | 44 |
Publication status | Published - 2022 |
Keywords
- Cultura científica
- Sociedade agrícola
- Divulgação científica
- Século XIX
- Faro
- Algarve-Portugal