Barrocos tropicais e transibéricos: Alejo Carpentier e José Eduardo Agualusa

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

Abstract

O barroco pretendia espelhar a realidade tal como ela é, complexa e multiforme, profunda e tensa, na justaposição dos contrários. O neobarroco hispano-americano surge no século XX, atingindo importantes expressões em autores caribenhos, como o cubano Alejo Carpentier. Severo Sardy, em Barroco, escreve sobre o sentido contemporâneo desta categoria e da sua acepção de paródia e julgamento da sociedade, de subversão da suposta ordem normal das coisas e da ruptura da homogeneidade. Mas não é apenas no Caribe que o neobarroco se expressa. Também em África o encontramos, nomeadamente na literatura angolana dos séculos XX e XXI. O poeta moçambicano Virgílio de Lemos utiliza precisamente a expressão «barroco tropical» para caracterizar a nova literatura produzida na África lusófona nos últimos anos.
Neste artigo, fazemos uma leitura comparada de obras caribenhas e angolanas, reflectindo sobre o neobarroco, em particular em Concierto barroco (1974), de Alejo Carpentier, e Barroco Tropical (2009), de José Eduardo Agualusa, procurando compreender relações entre textos dos dois lados do Atlântico e fazendo eco do conceito de transibericidade proposto pelo escritor português José Saramago.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)179-187
Number of pages9
JournalSuroeste. Revista de Literaturas Ibéricas. Badajoz
Issue number8
Publication statusPublished - 2018

Keywords

  • Barroco
  • neobarroco
  • barroco tropical
  • transibericidade
  • Alejo Carpentier
  • José Eduardo Agualusa
  • José Saramago

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