Avaliação das propriedades antimutagénicas de diversos tipos de mel produzidos em Portugal. (Mestrados em Tecnologia e Segurança Alimentar)

O mel tem sido associado a um elevado número de propriedades funcionais que variam com a sua origem geográfica e floral. Neste trabalho a existência de actividade antimutagénica em mel português de diferentes origens florais (rosmaninho, eucalipto, multifloral (cerejeira, laranjeira e pessegueiro) e medronheiro), e ainda mel de rosmaninho com própolis, foi avaliada pelo Teste de Ames. Esta actividade foi relacionada com a actividade antioxidante (ensaios FRAP e ORAC) e com o teor em fenóis e em açúcares do mel. Todas as amostras apresentaram actividade antioxidante, fortemente correlacionada com o teor em fenóis, e inibiram a mutagenicidade de mutagéneos oxidativos, tendo apenas a de rosmaninho com própolis parecido inibir a de mutagéneos não oxidativos. Este mel foi o que apresentou actividades antimutagénica e antioxidante mais expressivas e um teor mais elevado em fenóis. Em relação às restantes amostras de mel, apesar de terem apresentado diferenças no teor em fenóis totais e na actividade antioxidante, apresentaram idêntica capacidade para inibir a mutagenicidade dos mutagéneos oxidativos. Os resultados apontam no sentido da actividade antimutagénica do mel estar relacionada com o seu teor em compostos fenólicos, envolvendo ainda outra ou outras classes de compostos, entre as quais se encontram provavelmente os açúcares.