As práticas de supervisão e o perfil do supervisor ideal na perspetiva de doutorandos da Universidade Nova de Lisboa

A implementação do processo de Bolonha no final do século XX promoveu uma reflexão sobre a educação superior e levou à adoção de grelhas de qualificações para cada ciclo de estudos. Desta reflexão emergem questões relativamente à forma como as competências são alcançadas no final de cada ciclo e como é implementado, monitorizado e avaliado o processo de ensino e aprendizagem em cada ciclo de estudos. Neste contexto, a educação doutoral, nomeadamente as práticas de supervisão, tem sido estudadas nos últimos anos na Universidade Nova de Lisboa (UNL). Durante o ano de 2018, foi aplicado um questionário, sobre a temática da supervisão doutoral, nas várias escolas da UNL. Nesta comunicação reportam-se alguns dados obtidos em quatro escolas da UNL (Escola Nacional de saúde Publica (ENSP), Instituto Tecnológico de Química e Bioquímica (ITQB), Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT)) relativamente ao perfil do supervisor ideal e às práticas de supervisão vivenciadas pelos doutorandos, durante o doutoramento. Pela análise dos resultados é possível constatar que, a imagem que os doutorandos têm do supervisor ideal não é igual em todas as escolas, variando não só com o tipo de frequência do estudante (frequência a tempo parcial ou a tempo integral) mas também com o número de anos de frequência no doutoramento. As práticas de
supervisão também diferem entre as escolas. As variações encontradas estão relacionadas, por um lado com o entendimento que os doutorandos têm do papel do supervisor na fase da pesquisa doutoral em que se encontram, por outro, com as próprias escolas.
Estes dados permitiram construir uma imagem, mais próxima da realidade, da educação doutoral nestas escolas da UNL, emergindo ideais-chave relativamente ao tipo de aprendizagem e de ensino que se desenvolve nas mesmas.