Abstract
Com a sua habitual perspicácia e elevada sageza, amplamente conhecida, Bruno Cardoso Reis perscrutou por detrás de um artigo analítico breve por mim
escrito em resposta a um artigo seu, um fundo ético, eco de um artigo académico já há algum tempo por mim publicado sobre o terrorismo . Obviamente,
Bruno Cardoso Reis acertou. Nesse sentido, quando se refere à minha visada normativista e de pendor moralista, de modo algum se pode estar a referir à
ideia de prescrições avulsas e de pregação nefelibata e delicodoce de normas, desde logo pela tendência analítica do artigo a que responde. Assim, sendo,
só pode estar a referir-se ao senso ético subjacente à minha posição e, em consequência, à constatação muito ricoeuriana (e justa) de que se o homem
pode extraviar-se, e se extravia, ao procurar a forma de viver bem, com e pelos outros, no seio de instituições justas, o crivo da norma é indispensável.
Se é isto que Bruno Cardoso Reis quer dizer, e não parece de todo poder ser outra coisa, uma vez mais a sua reflexão é sagaz, porque se afasta dela?
Provavelmente por um prurido corrente nas ciências sociais, que desenvolvo com algum pormenor num livro a sair em breve, o qual consiste em estender
indevida e indefinidamente a normal suspensão valorativa e de anelo de sentido na procura
da compreensão dos fenómenos.
escrito em resposta a um artigo seu, um fundo ético, eco de um artigo académico já há algum tempo por mim publicado sobre o terrorismo . Obviamente,
Bruno Cardoso Reis acertou. Nesse sentido, quando se refere à minha visada normativista e de pendor moralista, de modo algum se pode estar a referir à
ideia de prescrições avulsas e de pregação nefelibata e delicodoce de normas, desde logo pela tendência analítica do artigo a que responde. Assim, sendo,
só pode estar a referir-se ao senso ético subjacente à minha posição e, em consequência, à constatação muito ricoeuriana (e justa) de que se o homem
pode extraviar-se, e se extravia, ao procurar a forma de viver bem, com e pelos outros, no seio de instituições justas, o crivo da norma é indispensável.
Se é isto que Bruno Cardoso Reis quer dizer, e não parece de todo poder ser outra coisa, uma vez mais a sua reflexão é sagaz, porque se afasta dela?
Provavelmente por um prurido corrente nas ciências sociais, que desenvolvo com algum pormenor num livro a sair em breve, o qual consiste em estender
indevida e indefinidamente a normal suspensão valorativa e de anelo de sentido na procura
da compreensão dos fenómenos.
Original language | Portuguese |
---|---|
Pages (from-to) | 2-6 |
Number of pages | 5 |
Journal | IDN Brief |
Publication status | Published - 2017 |