Abstract
Our meeting with Armando Côrtes-Rodrigues took place through Orpheu and, based on his writings in accordance with History, we found that the aesthetic and ideological assumptions that shaped the movement expressed in this magazine are constant throughout his work, which developed
for over 50 years.
Côrtes-Rodrigues, a poet who stood out in the History of Portuguese Literature and Portuguese Modernism in Orpheu magazine, in which and with whom Fernando Pessoa expanded his drama in people to another dimension, a singular aspect of their heteronymic universe. We speak of Violante de Cysneiros, “born” of Fernando Pessoa and Côrtes-Rodrigues. The poet’s return to his birthplace of S. Miguel didn’t mean his withdrawal from the magazine; in fact he continued to submit his contributions to Orpheu III. Neither did he, as is commonly supposed, distance himself from the Movement of which he had been instrumental in creating. In Continental Portugal, the 1920’s were, according to Vitorino Nemésio, marked by a “timid modernism which had allowed Orpheu to die”. In the Azores, however, they were marked by the Autonomic Movement, a vibrant cultural movement, in which Côrtes-Rodrigues was an active participant. This was distinguished by an earthly dimension which would be shortened to “azorianity”, understood as being another aspect of Portuguese Modernism, similar to that which characterized Brazilian and Cape Verdean Modernism. In the 1940’s, time in which Fernando Pessoa was published in book and disclosure in which Cortes-Rodrigues is implies, coincides with the formal return of the azorean poet to Orpheu, revealing a master of aesthetic renewal in the Azores, which was led by a group of young people, whose literary work would be revealed in the following decade. The first part of this paper, structured in a chronologically way, is also a literary biography of Côrtes-Rodrigues. In the second part of the paper and based on the collecting, reading and analysis of texts and documents belonging to and about Côrtes-Rodrigues, structured and updated active and passive bibliographies of the author emerged, as well as a chronological guide to his life and work. Unpublished and other documents pertinent to the understanding of this paper’s theme and to the one it relates to, Portuguese Modernism, are included as appendices.
O nosso encontro com Armando Côrtes-Rodrigues aconteceu através de Orpheu e, da leitura da sua escrita em diálogo com a História, constatámos que os pressupostos estéticos e ideológicos que enformaram o movimento que se exprimiu nessa revista são constantes ao longo da sua obra que se desenrolou por mais de 50 anos. Côrtes-Rodrigues, poeta que se revela para a História da Literatura Portuguesa e do Modernismo português na revista Orpheu, é nela e com ele que Fernando Pessoa amplia o seu drama em gente a outra dimensão, aspeto singular do universo
heteronímico. Falamos de Violante de Cysneiros, “nascida” de dois, Fernando Pessoa e Côrtes-Rodrigues. O regresso deste poeta a S. Miguel, ilha de onde é natural, não significou o afastamento da revista, tendo enviado a sua participação para Orpheu III, nem tão pouco, como comumente é interpretado, do Movimento de cujo nascimento foi parte integrante.
Os anos de 20, em Portugal do continente, caracterizaram- se, segundo palavras de Vitorino Nemésio, por uma «modernidade tímida que deixara morrer Orpheu», mas, no Portugal dos Açores, estes anos são marcados pelo Movimento Autonómico, do qual emana um fervilhante movimento cultural, em que Côrtes-Rodrigues participa ativamente, caracterizado por uma dimensão telúrica que se condensaria na palavra “açorianidade” e que entendemos como uma outra face do Modernismo português, semelhante ao que caracterizou o Modernismo brasileiro ou cabo-verdiano. A década de 40, tempo de publicação de Fernando Pessoa em livro e de uma divulgação na qual Côrtes-Rodrigues se implica, coincide com o retorno formal do poeta açoriano a Orpheu, revelando-se um mestre na renovação estética nos Açores, protagonizada por um grupo de jovens cuja produção literária se revelaria na década seguinte.
A primeira parte deste trabalho, estruturada numa perspetiva cronológica, apresenta-se também como uma biografia literária de Côrtes-rodrigues. Na segunda parte do trabalho e emanando da recolha, leitura e análise dos textos e documentos de e sobre Côrtes-Rodrigues, resultaram, classificadas e atualizadas, as bibliografias ativa e passiva deste escritor, bem como um roteiro cronológico da sua vida e obra. Em anexo encontram-se documentos inéditos, bem como outros cuja apresentação se revelou pertinente ao entendimento do assunto deste trabalho e ao tema no qual entronca, o Modernismo português.
for over 50 years.
Côrtes-Rodrigues, a poet who stood out in the History of Portuguese Literature and Portuguese Modernism in Orpheu magazine, in which and with whom Fernando Pessoa expanded his drama in people to another dimension, a singular aspect of their heteronymic universe. We speak of Violante de Cysneiros, “born” of Fernando Pessoa and Côrtes-Rodrigues. The poet’s return to his birthplace of S. Miguel didn’t mean his withdrawal from the magazine; in fact he continued to submit his contributions to Orpheu III. Neither did he, as is commonly supposed, distance himself from the Movement of which he had been instrumental in creating. In Continental Portugal, the 1920’s were, according to Vitorino Nemésio, marked by a “timid modernism which had allowed Orpheu to die”. In the Azores, however, they were marked by the Autonomic Movement, a vibrant cultural movement, in which Côrtes-Rodrigues was an active participant. This was distinguished by an earthly dimension which would be shortened to “azorianity”, understood as being another aspect of Portuguese Modernism, similar to that which characterized Brazilian and Cape Verdean Modernism. In the 1940’s, time in which Fernando Pessoa was published in book and disclosure in which Cortes-Rodrigues is implies, coincides with the formal return of the azorean poet to Orpheu, revealing a master of aesthetic renewal in the Azores, which was led by a group of young people, whose literary work would be revealed in the following decade. The first part of this paper, structured in a chronologically way, is also a literary biography of Côrtes-Rodrigues. In the second part of the paper and based on the collecting, reading and analysis of texts and documents belonging to and about Côrtes-Rodrigues, structured and updated active and passive bibliographies of the author emerged, as well as a chronological guide to his life and work. Unpublished and other documents pertinent to the understanding of this paper’s theme and to the one it relates to, Portuguese Modernism, are included as appendices.
O nosso encontro com Armando Côrtes-Rodrigues aconteceu através de Orpheu e, da leitura da sua escrita em diálogo com a História, constatámos que os pressupostos estéticos e ideológicos que enformaram o movimento que se exprimiu nessa revista são constantes ao longo da sua obra que se desenrolou por mais de 50 anos. Côrtes-Rodrigues, poeta que se revela para a História da Literatura Portuguesa e do Modernismo português na revista Orpheu, é nela e com ele que Fernando Pessoa amplia o seu drama em gente a outra dimensão, aspeto singular do universo
heteronímico. Falamos de Violante de Cysneiros, “nascida” de dois, Fernando Pessoa e Côrtes-Rodrigues. O regresso deste poeta a S. Miguel, ilha de onde é natural, não significou o afastamento da revista, tendo enviado a sua participação para Orpheu III, nem tão pouco, como comumente é interpretado, do Movimento de cujo nascimento foi parte integrante.
Os anos de 20, em Portugal do continente, caracterizaram- se, segundo palavras de Vitorino Nemésio, por uma «modernidade tímida que deixara morrer Orpheu», mas, no Portugal dos Açores, estes anos são marcados pelo Movimento Autonómico, do qual emana um fervilhante movimento cultural, em que Côrtes-Rodrigues participa ativamente, caracterizado por uma dimensão telúrica que se condensaria na palavra “açorianidade” e que entendemos como uma outra face do Modernismo português, semelhante ao que caracterizou o Modernismo brasileiro ou cabo-verdiano. A década de 40, tempo de publicação de Fernando Pessoa em livro e de uma divulgação na qual Côrtes-Rodrigues se implica, coincide com o retorno formal do poeta açoriano a Orpheu, revelando-se um mestre na renovação estética nos Açores, protagonizada por um grupo de jovens cuja produção literária se revelaria na década seguinte.
A primeira parte deste trabalho, estruturada numa perspetiva cronológica, apresenta-se também como uma biografia literária de Côrtes-rodrigues. Na segunda parte do trabalho e emanando da recolha, leitura e análise dos textos e documentos de e sobre Côrtes-Rodrigues, resultaram, classificadas e atualizadas, as bibliografias ativa e passiva deste escritor, bem como um roteiro cronológico da sua vida e obra. Em anexo encontram-se documentos inéditos, bem como outros cuja apresentação se revelou pertinente ao entendimento do assunto deste trabalho e ao tema no qual entronca, o Modernismo português.
Original language | Portuguese |
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Place of Publication | Vila Franca do Campo, S. Miguel, Açores |
Publisher | Editorial Ilha Nova |
Number of pages | 424 |
ISBN (Print) | 978-972-99565-1-5 |
Publication status | Published - Mar 2019 |
Keywords
- Armando Côrtes-Rodrigues
- Orpheu
- Fernando Pessoa
- Sá- Carneiro
- Violante de Cysneiros
- Lusitanian Integralism
- Autonomic Movement
- azorianity
- Tradition/Modernism
- Modernism in the Azores
- Integralismo Lusitano
- Movimento Autonómico
- açorianidade
- Tradição/Modernidade
- Modernismo nos Açores.