Caracterização do panorama coral infantil e juvenil do distrito de Lisboa no ano de 2017

O presente estudo pretende dar a conhecer o panorama coral infantil e juvenil dos concelhos do distrito de Lisboa, no ano de 2017, de contexto profano e sacro. Esta investigação insere-se no âmbito do Projecto de Doutoramento sobre o desenvolvimento vocal e prática coral na infância. Neste sentido, apresenta-se um retrato e análise das características dos coros em estudo, tais como: contexto; idades dos intervenientes; regularidade dos ensaios; direcção artística; repertório (estilo e compositores); actividades desenvolvidas. A prática coral infantil e juvenil é fundamental enquanto elemento de motivação, integração e socialização das crianças e jovens. A música como produto cultural e histórico é um dos objectivos que pode ser alcançado tendo como meio a prática do canto colectivo (Gomes, 2015, p. 5). Mais perspectivas pedagógicas do desenvolvimento vocal e do canto em coro evidenciam-se nos seguintes autores: Aguiar, 2007; Aguiar & Vieira, 2010; Aguiar, 2015; Amado, 2014; Coelho, 2012; Giga, 2004; Lopes, 2004; Marques, Castro & Besson, 2004; Pereira, 2009; Pereira, 2016; Pereira & Rodrigues, 2016; Ribeiro, 2011; Serrão, 1987; Simões, 201; Uva, 2010. Os objectivos principais deste estudo são: identificar os coros infantis e juvenis existentes no distrito de Lisboa; identificar as razões e critérios para a formação de um coro; caracterizar o repertório utilizado nos coros; compreender a importância dos coros infantis e juvenis nas comunidades locais e na promoção de uma tradição musical e cultural. A metodologia incide numa pesquisa bibliográfica e documental e num trabalho de campo, com recolha e análise de dados. O processo de recolha de dados baseia-se na observação de ensaios e concertos, em entrevistas e questionários a maestros, membros das direcções e municípios. O canto em grupo apresenta-se como um processo de integração e socialização entre alunos e professores e é uma ferramenta imprescindível para a educação vocal e musical (Gomes, 2015, p. 10). O repertório constitui a essência da identidade de um grupo (Pestana, 2014, p. 32). Os coros infantis e juvenis em análise apresentam um repertório bastante diversificado, desde obras a cappella, com acompanhamento musical, religiosas, profanas, de compositores portugueses e europeus. Uma das particularidades verificadas foi o facto de os concelhos que não evidenciam coros no contexto profano, tais como Mafra e Loures, demonstrarem uma grande relevância na vertente sacra. Nesta fase, após a recolha dos dados, decorre a análise aprofundada e crítica dos resultados.