Abstract
Para Hans Belting, tem sido desprezada a implicação do corpo humano enquanto produtor de imagens. Nesta comunicação, consideramos o modo como Almada Negreiros compreende essa relação antropológica que deriva de uma nova atitude em relação ao corpo, mas também da ideia da nova figura do artista de
vanguarda e do modo como este usa a sua imagem. Almada começou o seu percurso artístico através do desenho humorístico. Logo a seguir o interesse pela dança levou‑o a dedicar‑se à coreografia. Encontrou, assim, uma lógica que ia do
movimento da mão ao movimento do corpo, descobrindo a dança como desenho e como uma espécie de leitura, uma “não‑escrita”. Esta nossa convicção sai reforçada quando observamos os dois nus fotográficos de Almada da autoria do dramaturgo Vitoriano Braga. São duas imagens do artista que sugerem, como veremos, várias interrogações. Mas do que não há dúvida é que estes nus representam um corpo moderno. São um testemunho do vanguardismo de finais dos anos 10, os anos do Futurismo português
For Hans Belting, the implication of the human body in the production of images has been neglected. In this presentation we will address the way how Almada Negreiros understands this anthropological relation that derives from a new attitude towards the body, but equally from the new role played by the avant‑garde artist and the way he uses his image. Almada started in art with humoristic drawings. Immediately after, his interest in dance led him to devote to choreography where he found continuity from hand movement to the movement of the body. Dance could be regarded as drawing and even as a kind of non‑written movements and their reading. Our conviction is strengthened when we observe two photographic nude portraits of Almada by the playwright Vitoriano Braga. These two images of the artist’s gestures suggest several interrogations. But there is no doubt that these nudes represent a modern body. They are a witness of the late Nineteen Tens, those years of Portuguese
futurism.
vanguarda e do modo como este usa a sua imagem. Almada começou o seu percurso artístico através do desenho humorístico. Logo a seguir o interesse pela dança levou‑o a dedicar‑se à coreografia. Encontrou, assim, uma lógica que ia do
movimento da mão ao movimento do corpo, descobrindo a dança como desenho e como uma espécie de leitura, uma “não‑escrita”. Esta nossa convicção sai reforçada quando observamos os dois nus fotográficos de Almada da autoria do dramaturgo Vitoriano Braga. São duas imagens do artista que sugerem, como veremos, várias interrogações. Mas do que não há dúvida é que estes nus representam um corpo moderno. São um testemunho do vanguardismo de finais dos anos 10, os anos do Futurismo português
For Hans Belting, the implication of the human body in the production of images has been neglected. In this presentation we will address the way how Almada Negreiros understands this anthropological relation that derives from a new attitude towards the body, but equally from the new role played by the avant‑garde artist and the way he uses his image. Almada started in art with humoristic drawings. Immediately after, his interest in dance led him to devote to choreography where he found continuity from hand movement to the movement of the body. Dance could be regarded as drawing and even as a kind of non‑written movements and their reading. Our conviction is strengthened when we observe two photographic nude portraits of Almada by the playwright Vitoriano Braga. These two images of the artist’s gestures suggest several interrogations. But there is no doubt that these nudes represent a modern body. They are a witness of the late Nineteen Tens, those years of Portuguese
futurism.
Original language | Portuguese |
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Pages (from-to) | 153-162 |
Number of pages | 10 |
Journal | Revista de História da Arte. Série W |
Issue number | 2 |
Publication status | Published - 2014 |
Keywords
- Almada Negreiros
- Vitoriano Braga
- Corpo
- Imagem
- Retrato fotográfico
- Body
- Images
- Avant-garde artist