Abstract
O abastecimento de água no Convento de Jesus/Academia das Ciências de Lisboa e, eventualmente, de vizinhos era assegurado por uma grande cisterna, considerada como poço e supostamente alimentada por águas pluviais. A manutenção de grandes quantidades de água na cisterna e da acumulação de água aquando da escavação da sepultura 133, na ala norte do claustro, levaram à análise das águas. As águas recolhidas na sepultura 133 têm, no essencial, características semelhantes entre si. O pH algo mais alcalino na cisterna do que
na sepultura parece indicar maior permanência em reservatório de calcário, o que é corroborado pelos teores mais elevados dos aniões HCO3-, Cl e NO3-
, bem como dos catiões Na+e Ca++. Quanto a F-, a presença de material
dentário pode ter sido fonte de flúor e ser consistente com o acréscimo verificado na sepultura 133. O diagrama de Scholler apenas evidencia a diferença significativa quanto aos teores de Cl- , mais elevados na cisterna, as quais
comportam mais nitrogénio, o que talvez esteja relacionado com matéria orgânica.
Umas e outras têm mineralização considerável, o que afasta a hipótese de simples recolha de águas pluviais.
A posição inalterável do nível da água na cisterna durante o Verão e o rebaixamento repentino verificado no Inverno pluvioso de 2012/2013 também não se coadunam com origem pluvial da água armazenada. Estas constatações sugerem contributo principal de água subterrânea.
O rebaixamento deve ter resultado de bombeamento de água em obras subterrâneas situadas próximo do local.
na sepultura parece indicar maior permanência em reservatório de calcário, o que é corroborado pelos teores mais elevados dos aniões HCO3-, Cl e NO3-
, bem como dos catiões Na+e Ca++. Quanto a F-, a presença de material
dentário pode ter sido fonte de flúor e ser consistente com o acréscimo verificado na sepultura 133. O diagrama de Scholler apenas evidencia a diferença significativa quanto aos teores de Cl- , mais elevados na cisterna, as quais
comportam mais nitrogénio, o que talvez esteja relacionado com matéria orgânica.
Umas e outras têm mineralização considerável, o que afasta a hipótese de simples recolha de águas pluviais.
A posição inalterável do nível da água na cisterna durante o Verão e o rebaixamento repentino verificado no Inverno pluvioso de 2012/2013 também não se coadunam com origem pluvial da água armazenada. Estas constatações sugerem contributo principal de água subterrânea.
O rebaixamento deve ter resultado de bombeamento de água em obras subterrâneas situadas próximo do local.
Original language | Portuguese |
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Publisher | Academia das Ciências de Lisboa |
ISBN (Electronic) | 978-972-623-329-9 |
Publication status | Published - 2017 |