Abstract
Dez anos após o início da publicação da Crónica dos Teatros, dedicado à divulgação de “artigos analíticos” sobre literatura, teatro, música e belas-artes, espectáculos públicos e outros entretenimentos de bom gosto, tomavam o lugar do proprietário Eusébio Simões e do redactor e director José Maria Pereira Rodrigues os autores de dois opúsculos sobre a história artística e a criação coeva nacional nos domínios do teatro e da música. Carl Busch, escritor dramático, tomava o lugar de seus pares – com quem havia já colaborado – dois meses antes da publicação de Da Crítica Teatral em Portugal; Joaquim de Vasconcelos tomava a direcção musical daquele periódico meses depois da polémica recepção do seu estudo bio-bibliográfico Os Músicos Portugueses pelos “professores” e “curiosos” da capital. Propalavam ambos que a decadência artística do país decorria também, e em larga medida, da inexistência de críticos dotados da imparcialidade, da autoridade e da formação imprescindível para a “correcção dos defeitos” e o “elogio das qualidades” de autores e intérpretes: se por um lado Busch reiterava que “a falta de crítica [era] (...) a única (...) das (...) razões (...) porque o teatro português [estava] atrasado em respeito aos outros teatros, Vasconcelos ridiculariza o contínuo “nec plus ultra” a que se resumia a apreciação da obra dos compositores portugueses por inabilitados connoisseurs.
Cientes “das injustiças, acusações, intrigas e das dificuldades que (...) autores, artistas, público e empresas (...) se promov[iam] mutuamente”, Busch e Vasconcelos tomaram, ainda que por breve período, a “grandiosa missão do jornal” e a “tremenda responsabilidade” de avaliar “o movimento artístico e dramático do nosso país”. Na presente comunicação, procurar-se-á discutir a crítica de música de Joaquim de Vasconcelos na Crónica dos Teatros, contextualizando-a no âmbito da emergência das esporádicas manifestações de um “idealismo musical” na capital portuguesa.
Cientes “das injustiças, acusações, intrigas e das dificuldades que (...) autores, artistas, público e empresas (...) se promov[iam] mutuamente”, Busch e Vasconcelos tomaram, ainda que por breve período, a “grandiosa missão do jornal” e a “tremenda responsabilidade” de avaliar “o movimento artístico e dramático do nosso país”. Na presente comunicação, procurar-se-á discutir a crítica de música de Joaquim de Vasconcelos na Crónica dos Teatros, contextualizando-a no âmbito da emergência das esporádicas manifestações de um “idealismo musical” na capital portuguesa.
Original language | English |
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Pages | 57 |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - May 2019 |
Event | II Jornadas NEMI - A imprensa periódica como fonte para a Musicologia / II NEMI Meeting - The periodical press as a source in Musicology - NOVA FCSH, Lisboa, Portugal Duration: 16 May 2019 → 18 May 2019 https://nemi-cesem.weebly.com/ |
Conference
Conference | II Jornadas NEMI - A imprensa periódica como fonte para a Musicologia / II NEMI Meeting - The periodical press as a source in Musicology |
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Abbreviated title | II Jornandas NEMI / II NEMI Meeting |
Country/Territory | Portugal |
City | Lisboa |
Period | 16/05/19 → 18/05/19 |
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