Abstract
Nos anos mais recentes, por uma série de relevantes posicionamentos políticos e económicos, os mercados imobiliários alteraram substancialmente as suas dinâmicas funcionais em Portugal. Notavelmente nas áreas mais
históricas e consolidadas, mas em crescente efeito centrífugo pelos mais importantes sistemas urbanos nacionais, estas alterações têm provocado pressões nas taxas de esfoço exigidas àqueles que procuram habitação. Recorrendo aos dados oficiais existentes, o presente trabalho identifica a evolução no valor do metro quadrado na Área Metropolitana de Lisboa
(AML), apurando em particular as taxas de esforço médias exigidas às famílias, seja na aquisição de casa própria ou no mercado de arrendamento. Procura-se ainda interpretar os crescentes riscos de questionamento do direito à habitação,
bem como do direito à cidade e às funcionalidades urbanas. Paralelamente, é objectivo discutir se as alterações das taxas de esforço e as consequentes dinâmicas residenciais podem estar a conduzir a novas tendências de desigualdade e de segregação socioespacial na AML. Os resultados obtidos apontam que as taxas de esforço exigidas nos concelhos da AML têm subido de forma muito preocupante nos últimos anos. A subida das taxas de esforço leva a que os valores oficialmente recomendados pelo Banco de Portugal como máximos sejam em várias circunstâncias ultrapassados, dificultando assim o acesso à habitação para a generalidade dos agregados familiares com rendimentos médios.
históricas e consolidadas, mas em crescente efeito centrífugo pelos mais importantes sistemas urbanos nacionais, estas alterações têm provocado pressões nas taxas de esfoço exigidas àqueles que procuram habitação. Recorrendo aos dados oficiais existentes, o presente trabalho identifica a evolução no valor do metro quadrado na Área Metropolitana de Lisboa
(AML), apurando em particular as taxas de esforço médias exigidas às famílias, seja na aquisição de casa própria ou no mercado de arrendamento. Procura-se ainda interpretar os crescentes riscos de questionamento do direito à habitação,
bem como do direito à cidade e às funcionalidades urbanas. Paralelamente, é objectivo discutir se as alterações das taxas de esforço e as consequentes dinâmicas residenciais podem estar a conduzir a novas tendências de desigualdade e de segregação socioespacial na AML. Os resultados obtidos apontam que as taxas de esforço exigidas nos concelhos da AML têm subido de forma muito preocupante nos últimos anos. A subida das taxas de esforço leva a que os valores oficialmente recomendados pelo Banco de Portugal como máximos sejam em várias circunstâncias ultrapassados, dificultando assim o acesso à habitação para a generalidade dos agregados familiares com rendimentos médios.
Original language | Portuguese |
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Title of host publication | XII Congresso de Geografia Portuguesa |
Subtitle of host publication | livro de atas |
Editors | Paula Cristina Remoaldo, Maria José Caldeira, Virgínia Teles, Elaine Scalabrini, José Alberto Rio Fernandes |
Place of Publication | Braga |
Publisher | Universidade do Minho |
Pages | 45-50 |
Number of pages | 5 |
ISBN (Print) | 978-989-98857 |
Publication status | Published - Mar 2020 |
Event | XII Congresso da Geografia Portuguesa - Guimarães, Guimarães, Portugal Duration: 13 Nov 2019 → 15 Nov 2019 https://2019xiicgp.weebly.com/ |
Conference
Conference | XII Congresso da Geografia Portuguesa |
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Country/Territory | Portugal |
City | Guimarães |
Period | 13/11/19 → 15/11/19 |
Internet address |
Keywords
- Habitação
- Taxas de esforço
- Área Metropolitana de Lisboa