A sedução da China nos contos das Mil e Uma Noites

Research output: Contribution to journalArticlepeer-review

Abstract

As Mil e Uma Noites, chegadas ao Ocidente na primeira metade do século XVIII pela adaptação de Antoine Galland e traduzidas por Joseph-Charles Mardrus no final do século XIX, criaram na Europa uma imagem fantasista do Oriente, fruto, por um lado, de um “Outro Mundo” idealizado e, por outro, da nova tendência do conto enquanto género literário.
Embora o imaginário dos contos reporte ao Califado Abássida e a diversas fontes que percorrem os caminhos de Damasco a Bagdad, outra referência surge como determinante na visão do Oriente. Trata-se da China, cuja localização mágica, adjacente ao universo ficcional das narrativas, abrange alusões a maravilhosos reinos e personagens que povoam estruturalmente os contos, dotando-os de características peculiares. É o caso de conhecidos contos como o de «Aladdin et la lampe magique», ou menos populares como a «Histoire de Kamaralzaman avec la Princesse Boudour» e a «Histoire de la Rose Marine et de l’Adolescente de Chine».
Com as Mil e Uma Noites, uma recriação ficcional do discurso transporta a China para o Ocidente. Porém, é também nesta experiência que a Europa espelha na China os reflexos da sua própria efabulação.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)122-136
Number of pages15
JournalRevista de Cultura do Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau - Edição Internacional
Issue number61
Publication statusPublished - 2019

Keywords

  • Mil e Uma Noites
  • Orientalismo
  • China
  • Contos
  • Imaginário

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