Abstract
Durante a década de 1870 assistiu-se em Portugal a um intenso debate ideológico. A maioria dos críticos que escreviam para os jornais eram intelectuais vindos de diversos quadrantes, em particular da literatura. Para eles, a arte deveria ter, acima de tudo, um papel educativo e civilizador. Num período dominado por teorias em torno da decadência, esperava-se que uma produção artística, eminentemente social e missionadora, capaz de educar as pessoas, pudesse ajudar a integrar o país numa Europa moderna e progressista. Considerava-se que as críticas sociais contidas no chamado “drama de actualidade” de influência francesa, estavam longe de abalar a ordem social. A recepção em Portugal da ópera La Traviata, durante a década de 1870, é um exemplo do debate de ideias que se travou nessa época em torno do realismo na arte. Estreada no Teatro de S. João em 28 Fevereiro de 1855 e no Teatro de S. Carlos em 29 de Outubro do mesmo ano, só na década de 1870 será rejeitada por uma elite que nela viu uma fuga ao realismo, quando em muitos países europeus foi considerada um modelo dessa mesma corrente estética. É no seio deste panorama intelectual, com o romantismo e o realismo em pano de fundo, que a recepção da ópera de Verdi na imprensa portuguesa será discutida, a partir da sua representação nos dois principais teatros do país – o Teatro de S. João e o Teatro de S. Carlos –, no último quartel do século XIX.
Translated title of the contribution | The reception of La Traviata in the Portuguese press of the 1870s |
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Original language | Portuguese |
Number of pages | 1 |
Publication status | Published - Sept 2017 |
Event | Colóquio O Velho Teatro do S. João do Porto (1798-1908): História, culturas e politicas do espectáculo operático e teatral no longo século XIX - Teatro de S. João, Porto, Portugal Duration: 29 Sept 2017 → 30 Sept 2017 |
Other
Other | Colóquio O Velho Teatro do S. João do Porto (1798-1908) |
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Country/Territory | Portugal |
City | Porto |
Period | 29/09/17 → 30/09/17 |